segunda-feira, 12 de abril de 2010
Polícia prende suspeito de matar os jovens desaparecidos de Luziânia
Está preso na delegacia de Luziânia, cidade goiana no entorno de Brasília, o homem que confessou ter matado todos os seis jovens desaparecidos desde o fim do ano passado. A prisão aconteceu na manhã deste sábado (10), quando equipes da Polícia Civil encontraram o pedreiro de 40 anos na casa onde ele morava, também em Luziânia, próximo ao local onde os corpos de duas das vítimas foram encontrados.
Segundo o delegado geral da Polícia Civil de Goiás, Aredes Correia Pires, foi o próprio suspeito quem apontou o local onde havia enterrado os corpos – um matagal às margens da BR-040, rodovia que liga Luziânia a Cristalina.
Por causa do difícil acesso, as buscas pelos corpos dos outros quatro rapazes continuarão no domingo. De acordo com o delegado, o avançado estado de decomposição não permite fazer a identificação visual das vítimas. “Isso só será possível com perícia médica”, afirmou.
À polícia, o homem contou que atraía as vítimas com a intenção de fazer programas sexuais. “Ele oferecia dinheiro, mantinha relações sexuais e depois executava”, explica o delegado. O suspeito já cumpriu pena de dois anos em Brasília por crimes ligados à violência sexual contra menores e saiu do presídio no dia 23 de dezembro do ano passado, uma semana antes do desaparecimento do adolescente Diego Alves Rodrigues, 13.
Outras quatro pessoas – a maioria parentes do ex-presidiário – também foram presas e estão sendo ouvidas na delegacia. “Vamos saber se houve participação delas no crime, apesar de o suspeito confessar que agiu sozinho”, disse Aredes.
O pedreiro deve ser transferido ainda nesta noite para algum presídio do entorno de Brasília. O local não foi divulgado porque a polícia teme represálias por parte dos moradores de Luziânia.
Mistério
Esse pode ser o fim do mistério que famílias dos seis jovens enfrentavam desde o fim de 2009. Os rapazes, com idade entre 13 e 19 anos, sumiram em menos de um mês. A maioria morava no Setor Estrela Dalva. No início, foram cogitadas várias hipóteses para os desaparecimentos, entre elas tráfico de seres humanos e trabalho escravo.
Inconformados com a demora em encontrar pistas sobre o motivo dos sumiços, parentes dos jovens fizeram diversas manifestações para pedir agilidade nas investigações. Na mais comovente delas, as mães dos desaparecidos se reuniram em Goiânia e pediram empenho da Secretaria de Segurança Pública para solucionar o caso.
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