FOTO: MIGUEL PORTELA
Os índices de 2011 foram praticamente iguais ao do ano passado. Casos de assassinatos lideraram as estatísticas 10/03/2011.
Autoridades estaduais da Segurança Pública apresentaram, ontem, os números finais da ´Operação Carnaval´
O Hospital teve um plantão tranquilo no Carnaval e ontem o a entrada da Emergência estava praticamente vazia
Oitenta e seis pessoas foram vítimas de mortes violentas (homicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, choques elétricos, suicídios e achados de cadáver) no feriadão do Carnaval, entre as 18 horas de sexta-feira e as 8h de ontem. Os dados anunciados na tarde de ontem pela Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) assemelham-se aos do ano passado, quando 87 mortes foram registradas.
Contudo, os números tendem a crescer pois, na coletiva à imprensa concedida pelos gestores da SSPDS, nas mortes decorrentes de acidentes de trânsito foram computados apenas as das rodovias estaduais e federais, 11 ao todo. De acordo com o delegado Andrade Júnior, coordenador de operações da SSPDS, os dados relativos as ruas e avenidas de todo o Estado são de responsabilidade do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e não foram repassados ao órgão.
Mais uma vez, os homicídios lideraram as estatísticas com 52 casos, sendo 30 no Interior do Estado, 13 em Fortaleza e nove nos Municípios que compõem a região metropolitana. Em 2010 ocorreram 41 assassinatos, dos quais 21 na Capital e região metropolitana e 20 no Interior. O comandante-geral da PM, coronel Werilesik Pontes Matias, ressaltou a redução no número de homicídios em Fortaleza, pela quantidade de pessoas que permaneceu na cidade durante os dias de festejo momino.
Interior
Apesar do efetivo de 1.865 homens reforçando a segurança no Interior, e com a retirada de 33 armas de fogo das ruas, houve um aumento de cerca de 50 por cento nos assassinatos. Contudo, segundo o oficial, as mortes não tiveram ligação com o Carnaval. “Não tivemos nenhum homicídio em região de evento carnavalesco. Esses homicídios que aumentaram decorreram de pontos inatingíveis pelo planejamento (da PM), pois fogem a qualquer tipo de normalidade”, disse.
Já na Capital e RMF, o número de policiais nas ruas foi de 2.359. O efetivo foi responsável pela apreensão de 32 armas, a maioria, revólveres e pistolas.
Os procedimentos policiais, segundo a SSPDS, aumentaram em quase 70 por cento com relação a 2010, com 457 autos de prisão em flagrante e Termos Circunstanciados de Ocorrência (T.C.Os.). Entre os registros estão 172 testes positivos de bafômetro realizados pelos homens da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), em um total de 11.525 abordagens nas CEs de todo o Estado.
Apesar do intenso trabalho de fiscalização nas rodovias, foram anotados 78 acidentes, com 71 pessoas feridas e oito mortes. As rodovias que apresentaram maior número de sinistros foram as CEs 040 e 085, com 16 e 21 casos cada.
As duas CEs fazem a ligação da Capital com as praias do Litoral Leste e Oeste. Somente nas duas rodovias, a PRE registrou um volume médio diário que ultrapassou 185 mil veículos. Conforme o comandante da PRE, coronel PM Túlio Studart, “todas as mortes foram resultantes de falhas humanas, como imprudência e imperícia”.
Os afogamentos fatais registraram a terceira alta seguida durante o Carnaval, passando de seis em 2009, para nove no ano passado e 12 neste ano. O comandante-adjunto do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Marcos Moreira, afirma que houve uma redução no número de afogamentos em relação ao Carnaval de 2010, baixando de 373 casos para 56 neste ano. Conforme o oficial, isso deve-se, principalmente, pelo aumento de 30 por cento no efetivo e as orientações dos guardas-vidas.
Positivo
De acordo com o coordenador da Copol, delegado Andrade Júnior, a operação desencadeada pelos órgãos vinculados da SSPDS foi positiva e os objetivos do planejamento, traçados pelo secretário coronel PM Francisco Bezerra, foram alcançados. “Principalmente no que diz respeito à apreensão de armas e na diminuição de 25 por cento nos homicídios na Capital”.
RODOVIAS
Nas estradas federais foram 65 acidentes e dois óbitos
A Polícia Rodoviária Federal contabilizou 65 acidentes nas BRs que cortam o Estado do Ceará. O resultado foi 45 pessoas feridas e duas mortas. Os policiais efetuaram, ainda, a prisão de 34 pessoas, sendo 25 delas por terem sido flagradas dirigindo bêbadas.
Durante as operações, os policiais rodoviários federais fizeram a apreensão de 35 carteiras de Habilitação e a retenção de 59 veículos que trafegavam de forma irregular.
O acidente mais grave nas BRs no Ceará aconteceu ainda na tarde de sexta-feira de Carnaval, quando um casal acabou perdendo a vida em um desastre com moto no quilômetro 67 da BR-116, no Município de Pacajus (Região Metropolitana de Fortaleza). As vítimas foram identificadas como Francisco Gomes da Silva e Lucélia Ribeiro Bernardo.
Detran
O balanço final das infrações registradas pelas equipes de fiscalização do Detran, no período de Carnaval (de sexta-feira, 4, até a meia-noite de terça-feira, 8) apontou os seguintes números: 172 motoristas alcoolizados (com 10 detenções); 150 condutores não habilitados; 223 veículos não licenciados; 1.028 motociclistas sem capacete; e 115 veículos circulando nas praias, onde havia concentração de banhistas (58 somente em Paracuru).
A maioria dos motoristas respeitou o uso obrigatório dos dispositivos de retenção das crianças no banco traseiros dos veículos. Apenas sete registros de multas pela falta do uso de bebê conforto, cadeirinhas e assento de elevação foram feitos na CE 040, próximo a Aracati. O órgão atuou com 300 agentes, com a realização de 238 operações.
OCORRÊNCIAS MÉDICAS
Atendimentos no IJF tiveram redução
Quem passou pela emergência do Instituto José Frota (IJF) durante o Carnaval se surpreendeu com a pouca movimentação registrada no período. E não foi só impressão. Segundo o balanço divulgado na manhã de ontem, relativo às 19 horas da última sexta-feira às 7 horas da quarta-feira de Cinzas, foram 1.174 ocorrências. Uma redução de 16,7% em ralação ao ano passado, quando 1.410 pessoas foram socorridas.
Apesar da redução, a gravidade dos casos preocupou a equipe médica. Segundo o chefe de plantão da unidade, médico José Soares, a questão denota a violência urbana cada vez maior no Estado.
Veja entrevista com o médico
Acidentes
O trânsito foi o campeão das ocorrências, com 245 dos registros, sendo 126 acidentes com motos. “A imprudência faz vítimas com quadro cada vez mais graves”, avalia. Em 2010, os acidentes de trânsito também lideraram as estatísticas do hospital, com 258 casos. O IJF recebeu ainda 73 casos de queda da própria altura; 21 vítimas de lesões por arma branca e 17 por arma de fogo. Das 1.174 atendimentos, 60% foram pacientes vindos do interior do Estado.
“O despreparo e a falta de tecnologia para diagnósticos nas unidades levam os profissionais dos municípios a encaminharem seus pacientes para o Frotão”, afirma. Na avaliação do médico, o atendimento por classificação de risco na emergência também contribuiu para facilitar o trabalho e melhorar as condições do setor. “Os pacientes fora do perfil do hospital e sem gravidade foram encaminhados para outras unidades da rede e isso também agiliza o trabalho”. Foi o caso de Maria Amélia Pereira, de 26 anos, de Messejana. Ela cortou o pé e decidiu nem passar por algum posto médico ou Frotinha ou Gonzaguinha, foi direto para o Frotão. “Fui atendida, levei cinco pontos, mais o médico me deu uma bronca. Eu queria ir para um posto mais perto, mas meu marido preferiu me trazer para cá”.
A movimentação no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) durante o Carnaval também foi considerada tranquila.
Fonte: Diário do Nordeste
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