Fiscalização será intensificada no sentido de coibir os crimes ambientais que ocorrem na região Centro-Sul Fiscais do escritório regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nesta cidade, localizada na região Centro-Sul, nos últimos dias, apreenderam cinco caminhões transportando estacas de sabiá com documentação irregular. O Ibama também decidiu ampliar até o fim deste mês o combate à caça ilegal de avoante em áreas de alimentação no entorno da Bacia do Açude Orós, nos Municípios de Quixelô e Iguatu.
Na mais recente operação, foram queimadas 12 mil arapucas (armadilhas de madeira para captura das aves), na localidade Gaspar, na zona rural de Quixelô. Nos meses de setembro, outubro e novembro ocorre a migração de avoante ou pomba, pássaro da fauna nordestina, para o entorno do Açude Orós, na região Centro-Sul, com o objetivo de se alimentação em áreas de plantio de arroz irrigado nas várzeas do reservatório.
Os caçadores aproveitam o fluxo migratório e instalam centenas de armadilhas para captura das aves, nos pombais de alimentação, nas várzeas do Açude Orós. Fiscalização A maioria das localidades já é conhecida pelos fiscais do Ibama, que a cada ano tentam combater o comércio ilegal de avoantes. A demanda nos centros urbanos favorece e motiva a ação predatória dos caçadores. Apesar da fiscalização, as aves abatidas são comercializadas com intensidade em Municípios da região Centro-Sul, principalmente nas cidades de Iguatu, Acopiara, Quixelô e Orós. "A população aprecia o consumo de avoantes e falta consciência ecológica de que essas aves são protegidas pela legislação", observou o professor de Geografia, Paulo Nascimento. "Enquanto houver forte interesse comercial, dificilmente a prática ilegal será combatida", ressaltou Nascimento. Neste ano, houve apenas uma ação de captura de armadilhas, no início deste mês. Estima-se que em outras áreas ocorra a prática clandestina de caça criminosa à ave.
O chefe do Escritório do Ibama, em Iguatu, Fábio Bandeira, disse que a operação, denominada "Zenaida", em referência ao nome científico do pássaro, vai prosseguir até o fim deste mês de novembro. "Vamos realizar ações de surpresa na região e também faremos fiscalização a partir de denúncia de moradores". A operação de combate à caça irregular da avoante conta com a participação de agentes da Brigada de Incêndio PrevFogo do Município de Acopiara. "Na própria área onde ocorre a apreensão das arapucas é feita a queima das armadilhas, por isso é necessário um controle desse fogo", explicou Bandeira. Ainda de acordo com Bandeira, neste ano diminuiu o consumo de avoantes em bares e restaurantes da região, em comparação com o mesmo período do ano passado. "Nós também fiscalizamos a comercialização dessas aves e temos observado que houve uma redução", disse. Madeira
No passado mais recente, os pombais de reprodução estavam localizados no Município de Aiuaba, na Estação Ecológica, mas provavelmente devido à ação predadora do homem, agora, houve uma migração para a Serra de São Domingos, nos Municípios de Tauá, Pedra Branca e Mombaça. "Depois as aves seguem para o entorno do Açude Orós, que é área de alimentação e de consumo de água", observou o fiscal do Ibama, Alberto Castro. Os caçadores usam áreas de difícil acesso e até favorecem o acesso à comida e água para capturar as avoantes. "Neste ano, graças ao trabalho permanente de combate à caça houve uma redução", disse Castro. "Em períodos anteriores já chegamos a queimar até 40 mil arapucas, em Quixelô". Os fiscais também combatem o transporte ilegal de madeira (estaca de sabiá) oriundos da região do Sertão de Crateús. A operação Caatinga envolve fiscais do Ibama e agentes da Polícia Federal.
Nos últimos dez dias foram apreendidos cinco caminhões que transportavam as estacas com documentação irregular. A madeira é usada para instalação de cerca nas propriedades rurais. De acordo com o chefe do Ibama, em Iguatu, Fábio Bandeira, o transporte é oriundo dos Municípios de Crateús, Nova Russas e Ararendá. A madeira seria comercializada no Estado de Alagoas. A apreensão dos veículos ocorreu em dias alternados, na rodovia CE-060 (Estrada do Algodão) em Acopiara. Os responsáveis pela carga ilegal vão responder por prática de crime ambiental.
Surpresa "Vamos realizar ações de surpresa e faremos fiscalização a partir de denúncia de moradores" Fábio Bandeira Chefe do escritório do Ibama, em Iguatu MAIS INFORMAÇÕES Escritório do Ibama Rua Adeodato Matos, 63 Bairro Aeroporto - Iguatu (88) 3581. 2349
Diário do Nordeste
HONÓRIO BARBOSA Repórter
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