Os convites, segundo o suplente de deputado e líder da greve militar no Estado, seriam para encabeçar chapa ou disputar como candidato a vice-prefeito em Fortaleza. Ele deverá estender sua permanência na Assembleia.
A sucessão municipal de Fortaleza em 2012 pode ganhar um novo e inesperado personagem. Alçado à condição de líder repentino do movimento grevista que impôs a maior derrota ao governador Cid Gomes (PSB), o suplente de deputado estadual Capitão Wagner (PR) já pensa em voos mais altos. Ontem, ao O POVO, o parlamentar admitiu que foi procurado por dirigentes partidários no Ceará. Teor das conversas: convites para ele disputar a cadeira hoje ocupada pela prefeita Luizianne Lins (PT).
Nas interlocuções políticas, disse Capitão Wagner, haveria a possibilidade de o deputado ser cabeça de chapa ou disputar a vice-Prefeitura. Ele não quis informar quem o procurou nem quantos líderes o teriam proposto o desafio. Segundo ele, os possíveis cenários ainda não foram discutidos com o PR.
Outras opções não estariam descartadas, segundo o capitão. “Pode ser o Executivo ou o Legislativo”, declarou ele, sobre a possibilidade de concorrer à Câmara Municipal. “Quem vai decidir é o partido”, ponderou. No Ceará, o PR é presidido pelo ex-governador Lúcio Alcântara, desafeto de Cid, e tem como principal gestor o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa.
Wagner negou, ontem, que o partido tenha interferido ou direcionado a atuação dele na greve da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. “Não seria bom”, afirmou o capitão, completando que mantém boas relações com os dirigentes da sigla.
Filiado ao PR, desde o dia 29 de setembro de 2011, quando assumiu como suplente na Assembleia Legislativa, Capitão Wagner está substituindo a deputada Fernanda Pessoa (PR), filha do prefeito de Maracanaú.
Suplência estendida
É justamente a partir do mandato de suplente de deputado que Capitão Wagner pretende manter sua visibilidade. Uma negociação política poderá estender a permanência dele no legislativo cearense por pelo menos 90 dias, a partir da retomada dos trabalhos, no início de fevereiro. Ele continuaria no lugar de Fernanda Pessoa.
Uma segunda opção seria o suplente ficar na cadeira do deputado Leandro Pinheiro (PSD). Nesse caso, a suplência seria de 120 dias. Iria até maio, o último mês antes do período de convenções partidárias, que definirão os nomes da disputa eleitoral.
Aparentando tranquilidade, Capitão Wagner já testa sua performance diante de possíveis críticas ao fato de ele ter como bandeira única a pauta da segurança pública. O suplente diz que na Assembleia acompanhou muitos outros assuntos e demandas do mandato. “Foram muitas discussões e requerimentos. Foi bem produtivo”, exalta-se.
Sobre o governo Cid Go-mes, apesar de fazer oposição, Capitão Wagner afirma que já votou em projetos do Executivo e observa que não vê motivos para mudar a postura de agora em diante. “Eu nunca fui radical e não seria agora que eu iria ser”.
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
Em evidência por conta da greve dos militares, o Capitão Wagner está aproveitando a visibilidade para crescer, politicamente. Suplente de deputado estadual, deverá entrar no jogo sucessório em Fortaleza.
Erivaldo Carvalho
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