É chegada a hora de reparar nos detalhes e prever em quanto o céu desabotoará daqui em diante até o novo ano romper. Futuros de curto prazo precisam disso para serem traçados pelos respectivos donos.
Os autores das profecias vêm de toda parte do Sertão Central. Todos de meia idade e cada qual com um dom. Há quem repare no vento. Há quem prefira o sol. Ou quem analise o movimento dos bichos. Ou ainda quem considere tudo isso e mais um pouco na arte de ler a natureza.
Neste sábado (14), eles reúnem-se pela 16ª vez em Quixadá, distante 158 quilômetros da Capital. Uma multidão acompanha. Sempre. É (re)aproximar-se do espelho d’água, postar-se sob a sombra da mangueira e ouvir. Atentamente. Pelo menos 30 profetas da chuva devem falar das chuvas previstas para o Ceará neste ano.
A ciência da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) fica de fora. “Pelo o que já conversei com dez deles, eu diria que teremos inverno começando um pouco tarde. Já devia ter iniciado, mas só vai chover a partir da segunda quinzena de janeiro”, adianta o idealizador e organizador do Encontro dos Profetas Populares, Hélder Cortez.
Prognósticos
O clima é de esperança por uma quadra chuvosa boa. “Estão todos otimistas. Apontam para chuvas boas de janeiro a junho. Mas o ciclo já devia ter começado”, acrescenta Hélder, que reclama mais apoio do poder público ao evento.
Espaço e logística estão por conta da Prefeitura de Quixadá. O resto (especialmente alimentação) vem de parceiros. Reclame maior é pela contratação de um veículo que transporte profetas e familiares. “O apoio popular cresce a cada ano. Mas o poder público poderia ajudar mais. Eles se deslocam por conta própria. Precisamos angariar recursos para contratar esse carro. Queremos trazê-los e levá-los de volta para casa confortavelmente”, finaliza.
(O POVO)
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