Aonda de boatos de assaltos e arrastões também se espalhou pelo Interior. Lojas fecharam as portas em Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Quixadá, Iguatu, Crateús, Aracati, Limoeiro do Norte, Russas, Tabuleiro do Norte, Sobral, Ibiapina, Reriutaba, Maracanaú, Maranguape, Pacajus, Cascavel,
Pindoretama e Beberibe.
Em regiões diferentes do Estado, espalharam-se histórias parecidas: um assalto violento em um município vizinho, um arrastão que chegaria em pouco tempo à cidade ou uma loja que havia sido roubada.
“Tudo está como se fosse uma cidade daqueles de filmes de faroeste, sem ninguém na rua”, descreve a secretária Gardênia Cavalcante, de Iguatu. Em Juazeiro do Norte e no Crato, no Cariri, as ruas ficaram vazias por conta de boatos de assaltos.
Na noite de ontem, homens do Exército chegaram ao Crato vindos de Petrolina (PE) para fazer o policiamento dos municípios da região. De acordo com o tenente-coronel Charles Moura, do setor de Comunicação da 10ª Região Militar, o efetivo é em torno de 110 homens. Policiais militares e bombeiros que paralisaram as atividades estão acampados no Parque Ecológico das Timbaúbas, em Juazeiro do Norte.
Em Quixadá, por volta do meio-dia, houve correria quando surgiu a notícia de um assalto em uma loja do Centro. “Houve pânico de um alarme falso que preocupou todos os comerciantes, que fecharam as portas”, detalha Júnior Capistrano, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade. Segundo ele, houve relatos de assaltos a lojas de Quixeramobim e Senador Pompeu.
Sem confirmação
Em Tabuleiro do Norte, o clima ficou mais tenso entre a população após relatos de roubos de motos. “Todos falando que as cidades vizinhas, como Limoeiro do Norte e Russas, estavam fechando o comércio por medo de ter alguma coisa”, acrescenta Gabriella Freire, estudante de história.
Em Sobral, além de lojas do Centro, supermercados fecharam as portas depois de relatos de arrastões. “As pessoas passavam nos carros muito rápido, com medo. As faculdades cancelaram as aulas”, relata a universitária Thamires Macedo, 22.
O Comando de Policiamento do Interior (CPI) recebeu relatos de assaltos e arrastões no Interior, mas até a noite de ontem as ocorrências ainda não haviam sido confirmadas. (Colaboraram Amaury Alencar, Domitila Andrade, Mariana Lazari e Tarso Araújo)
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
Os boatos de assaltos se multiplicaram à tarde, na velocidade do medo de quem acompanhava pela televisão as cenas de Fortaleza. Devido ao baixo contingente policial, cidades inteiras ficaram sem policiamento.
Saiba mais
No Crato, até o tradicional restaurante Guanabara, que funciona há 54 anos sem portas, precisou improvisar medidas de segurança. Foi colocada uma grade na entrada para controlar quem entrava e saía.
A Força Tática e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) também aderiram ao movimento de paralisação no Cariri.
Municípios do Cariri tiveram os destacamentos deslocados para cidades maiores por conta da paralisação de policiais militares e bombeiros. Muitas estão sem qualquer policiamento nas ruas.
De acordo com o Comando de Policiamento do Interior (CPI), um homem matou a mulher em Limoeiro do Norte. Segundo um morador da cidade ouvido pelo O POVO, a população chegou a ligar para a polícia relatando o crime, mas nenhum policial teria aparecido para atender a ocorrência. Por fim, o homem decidiu se entregar no quartel da cidade, levando a arma do crime.
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