Advogada diz que documento pode trazer resultados caso seja
encaminhado ao STF e vaqueiros rebatem críticas
Uma petição online contra a lei que regulamenta a vaquejada
como prática desportiva e cultural no Ceará, publicada no Diário Oficial do
Estado na última terça-feira (15), conseguiu coletar mais de 500 assinaturas em
menos de 24 horas da criação do documento. A sanção da lei gerou revolta nas
redes sociais por parte de ativistas e defensores de animais que acusam a nova
legislação de inconstitucionalidade.
O criador da petição é o designer Ricardo Avelar, que
confessa não ter imaginado a repercussão que a criação do documento traria.
“Quando criei, imaginava que a petição conseguiria reunir no máximo cem
assinaturas por conta das dificuldades de divulgação, mas já tem mais do que eu
esperava. Quando vi a notícia sobre o sancionamento, fiquei indignado e criei o
documento. Essa lei nem deveria existir”, revela.
Avelar explica que ainda não teve tempo para ler os termos
sobre o que pode ser feito para dar validade a essa petição, mas ressaltou que
ainda vai esperar para fechar o documento. “As campanhas são bem longas. Como
as pessoas ainda têm dificuldade para tomar conhecimento do documento, todo
esse processo é bem lento”, afirma.
Petição para Cid Gomes
Apesar da petição estar direcionada para o governador Cid
Gomes, a advogada e presidente da União Internacional Protetora dos Animais
(Uipa), Geuza Leitão, ressalta que a única forma de fazer com que o documento
consiga dar resultados é encaminhar a petição para o Superior Tribunal Federal
(STF). “A única forma de revogar uma lei é promover a criação de outra que faça
isso. Encaminhar uma petição para o governador não tem sentido”, destaca.
A advogada também acusa a regulamentação de ferir a
constituição federal e promete entrar com uma ação no STF para pedir a
revogação da lei. “Essa lei é inconstitucional por ir contra a constituição
federal que proíbe qualquer prática que gere maus tratos aos animais”,
acrescenta. Ela também aponta que, ao mesmo tempo em que a lei determina a
garantia de segurança aos animais, não há um órgão que fiscalize a presença de
qualçquer irregularidade.
Associação dos vaqueiros rebate críticas
O presidente da Associação dos Vaqueiros e Criadores de
Morada Nova, Luzardo Girão, critica a revolta ao defender que grande parte da
população ainda não consegue enxergar a dimensão de alguns benefícios trazidos
pela atividade principalmente no interior do Ceará. “As pessoas não têm noção
da quantidade de famílias que dependem dessa atividade. Os vaqueiros são
profissionais e a vaquejada é um grande responsável pela geração de emprego e
renda”, pontua.
Girão também destaca que as associações de proteções aos
animais ainda veem a vaquejada de forma bastante ultrapassada. O presidente
garante que a atividade feita atualmente evoluiu bastante. “A maioria não sabe
como a vaquejada funciona hoje. Agora há um manejo dos animais de forma bem
mais inteligente e existe uma preocupação com eles”, completa.
Jangadeiro online - Por Alan Barros.
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