Centenas de pessoas, entre
estudantes e servidores públicos, ocuparam o prédio da Câmara Municipal de Iguatu, distante 384,1 quilômetros de Fortaleza, na
final da tarde desta terça-feira, 18, em protesto à proposta doprefeito
Aderilo Alcântara de implantar o Regime Próprio de Previdência
Social do Município.
A
medida prevê que a prefeitura administre a previdência social de Iguatu, não
outros órgãos, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por exemplo.
À insatisfação dos servidores públicos diante da proposta, se juntaram
reivindicações de estudantes e da população em geral, estimulados pelas
manifestações que têm acontecido em diversas partes do Brasil, pedindo
melhorias em serviços públicos.
O mote
principal, no entanto, era o pedido
de retirada do projeto do
prefeito. Na quinta-feira, 13, estava marcada uma audiência pública para
discutir a questão da previdência e definir votação, mas o ato foi interrompido
por manifestações e remarcado para esta terça-feira, 18, já que as audiências
na Casa acontecem apenas terças e quintas-feiras. Os vereadores foram novamente
surpreendidos por protestos, dessa vez com maior adesão da população.
A presidente da Federação
dos Trabalhadores do Serviço Público do Estado do Ceará,Enedina
Soares, destacou a preocupação
dos servidores com a forma como projetos semelhantes ao da previdência
municipal têm sido levados para debate nas câmaras sem uma discussão prévia com
as pessoas que serão atingidas. “Os servidores estão totalmente preocupados
porque não há garantia de que não haja desvio de recursos”, disse a presidente.
Prefeito volta atrás
A
pressão dos manifestantes na Câmara fez o prefeito anunciar a retirada do
projeto. O presidente da Casa, vereador
Bandeira Júnior,
disse que, inicialmente, a proposta seria arquivada, para que fosse levada à
discussão em comissões parlamentares,
em outra ocasião. No entanto o prefeito participou da sessão desta terça-feira
e decidiu retirar totalmente o assunto de discussão.
O
vereador ressaltou, contudo, que não havia garantias de que o projeto não
voltasse a ser debatido. “Essa garantia não tem como dar, porque é de livre
escolha do poder executivo, é uma prerrogativa do executivo, mas, diante das
circunstâncias, eu não acredito que tenha retorno”, afirmou Bandeira Júnior.
A
sessão, prevista para as 17h, começou com atraso de cerca de uma hora, após
reunião do presidente da Câmara com representantes do movimento para informar a
retirada da pauta.
O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário