Cid Gomes voltou a afirmar que
não cogita deixar o PSB. Ele reúne o diretório estadual na próxima
segunda-feira.
Como o governador Cid Gomes só estará de volta ao Ceará,
amanhã (ontem ele esteve em São Paulo e hoje vai estar no Rio de Janeiro, para
encontro na Fiocruz), nenhum dos seus correligionários se dizia habilitado a
falar sobre os últimos acontecimentos envolvendo o PSB e o Governo Federal, em
razão da decisão dos dirigentes nacionais, tomada na última quarta-feira, de o
partido não ter mais filiados seus na administração federal, obrigando a saída,
dentre outros, do cearense Leônidas Cristino, da Secretaria Especial de Portos.
Cid Gomes vai ter um encontro com os demais dirigentes do
PSB cearense, na próxima segunda-feira, para discutir os últimos acontecimentos
FOTO: ALEX COSTA
Na próxima segunda-feira, na reunião dos dirigentes
estaduais do PSB, o governador deverá fazer uma explanação minuciosa dos
últimos acontecimentos e discutir a estratégia a ser adotada pelo partido no
Ceará, tendo em vista que ele foi o único voto contrário, na direção nacional,
de que o partido entregasse os cargos ocupados por seus filiados no Governo da
presidente Dilma. Também não está no Ceará o secretário de Saúde, Ciro Gomes
(viajando para o exterior até domingo), nem o presidente da Assembleia,
deputado José Albuquerque, que ontem acompanhava o governador em São Paulo.
Saia justa
Cid Gomes, após participar de um evento sobre o Nordeste,
promovido pelo Jornal O Estado de S. Paulo, voltou a destacar sua discordância
com a posição adotada pelo partido, mas reiterou sua disposição de permanecer
filiado, ao afirmar que "após o desdobramento da decisão, vamos refletir e
conversar com outras pessoas, mas eu continuo não cogitando sair do PSB",
registrou a matéria da Agência Estado, no início da tarde de ontem. Alguns
aliados de Cid, também não alimentam a ideia de saída do partido, embora reconheçam
"a saia justa" em que se meteram.
Relembrando alguns episódios envolvendo os irmãos Ciro e Cid
Gomes, inclusive o da frustração de Ciro com sua candidatura presidencial
negada pelo PSB, em 2010, aliados do governador defendem a necessidade de eles
participarem do comando de uma sigla nacional para evitar essas situações de
intranquilidade nas vésperas dos momentos decisivos sobre candidaturas, como
agora. O prazo final para filiações partidárias dos candidatos em 2014 termina
no próximo dia 5 de outubro.
A assessoria do governador nega qualquer outro contato
político dele em São Paulo, ontem. Mas alguns correligionários confirmam que o
deputado José Albuquerque, o operador político de Cid, estava com a missão, em
Brasília e em São Paulo, de conversar com futuros dirigentes do PROS, além
resolver o problema do PRB cearense com o Governo. Albuquerque, também, evitou
conversas, ao telefone, com seus correligionários que procuraram falar com ele.
Especulações
Mesmo evitando falar sobre os últimos acontecimentos, alguns
deputados do PSB e do PT, não poupavam gozação com o noticiário distribuído
pela deputada Eliane Novais, dando conta de convites à ex-prefeita Luizianne
Lins (PT) e ao deputado estadual Heitor Férrer (PDT), para ingressarem no PSB. O
deputado Antônio Carlos (PT), um dos mais próximos de Luizianne indagava em tom
de gozação: "que tal a Luizianne num palanque com o Eduardo Campos e o Cid
noutro palanque com a Dilma e o Lula"?
Luizianne nem quando sofreu uma "expulsão branca"
saiu do PT, quanto mais agora, dizia outro, lembrando o episódio da sua
primeira candidatura à Prefeitura de Fortaleza, quando até o Zé Dirceu veio a
Fortaleza para dar apoio a Inácio Arruda, o nome apoiado pela maioria do PT da
Capital contra Luizianne, a vencedora do pleito, no segundo turno da disputa,
aí com a maioria dos petistas do seu lado.
O deputado Heitor Férrer, sabendo da inconsistência da
informação, de que seria convidado a ingressar no PSB, respondeu logo:
"Fico feliz pelo convite, mas seria um estupro político eu deixar o PDT,
um partido que sempre me deu o maior apoio".
Cargos
Deputados estaduais do PT ligados ao Governo do Estado não
tratam sobre a entrega dos cargos que filiados do partido ocupam na
administração estadual. O governador, por seu turno, segundo correligionários
seus, não cuidará disso e quer manter todos os petistas nos seus respectivos
lugares, tanto no primeiro escalão como nos outros postos. O deputado José
Guimarães, afirmou que caberá somente ao governador decidir se o PT continua ou
não com os cargos.
DIÁRIO DO NORDESTE