Brasília. Os corredores do Senado sempre cheios de
assessores e parlamentares engravatados ganharam um tom diferente no início da
tarde desta terça-feira (24) com a chegada de 70 vaqueiros de várias regiões do
país. Vestidos a caráter com chapéu e gibão, o grupo veio acompanhar a votação
do Projeto de Lei (PLC) 83/2011, que reconhece e regulamenta a profissão deles.
No fim da tarde, a proposta foi aprovada no plenário.
A pedido de líderes partidários, a proposta foi votada em
regime de urgência como o primeiro item da pauta do plenário. O texto define o
vaqueiro como profissional responsável pelo trato, manejo e condução de animais
como bois, búfalos, cavalos, mulas, cabras e ovelhas.
Segundo o presidente da Associação dos Vaqueiros de
Conceição do Coité, na Bahia, Áureo Carneiro, a regulamentação vai permitir ao
vaqueiro "trabalhar com mais satisfação e amor”. “ Hoje quem paga bem um
vaqueiro, paga um salário [mínimo]. A maioria, 90%, não ganha nem isso.
Enquanto tem a sua juventude, sua força física, ele consegue emprego. Depois
que ele fica velho e cansado ou sofre algum acidente na lida, ele é dispensado
pelos patrões sem nenhuma garantia”, lamentou.
“Vamos ter os direitos legais que todas as profissões já
têm: periculosidade, insalubridade, adicional noturno, hora extra, que ninguém
que trabalha como vaqueiro recebe isso. É uma maneira de valorizar a nossa
profissão que é uma das mais antigas do mundo”, disse o representante da
Associação dos Encourados de Pedrão, também da Bahia, Anderson dos Santos Maia.
Via Lindomar Rodrigues
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