O trecho entre o Km 420,7 e o Km
478,2 da BR-116 - que compreende ligação entre os municípios de Icó, Barro e
Milagres, no Ceará - foi apontado com falhas estruturais e funcionais no
pavimento pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A extensão faz parte de uma
obra ainda em andamento, que está 96,52% concluída, porém, a auditoria do TCU
apontou que a qualidade de 63% do trecho restaurado é regular ou ruim.
A empresa responsável pela
intervenção na rodovia terá que realizar uma perícia técnica aprofundada e
corrigir as irregularidades divulgadas no relatório
O Tribunal cobrou ações do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), órgão
responsável pela reforma, para corrigir as falhas.
De acordo com o relatório do TCU,
o Dnit informa que vai notificar a empresa supervisora do contrato para que se
pronuncie a respeito dos defeitos apontados e realize perícia técnica
aprofundada e avalie a situação encontrada, indicando as medidas corretivas. A
empresa executora da obra deverá também apresentar cronograma para atender, de
imediato, as soluções indicadas, concluiu o documento do Tribunal de Contas.
Enquanto isso, a Terrabrás,
responsável pela obra, informou ao TCU que executou a obra atendendo a todas as
especificações e normas técnicas vigentes e indicadas no contrato, assim como
as instruções do edital, acrescentando que as intervenções foram feitas
conforme as "características intrínsecas do projeto da pavimentação"
e ressaltou que todas as exigências tecnológicas estabelecidas foram atendidas.
Os principais problemas foram
observados nos trechos entre o Km 432,4 e Km 432,6 que apresentou uma série de
trincas, resultado da ação das cargas de tráfego. Entre o Km 453,6 e Km 454,4 e
entre os Km 472,6 e o Km 473,4, aparecem afundamentos no asfalto, formados
pelas rodas dos veículos, de acordo com o TCU.
Condições
Em relação à análise funcional,
uma avaliação dos defeitos superficiais, das condições de trafegabilidade e do
desvio da superfície da rodovia apresentou boa condição em 97,74% dos trechos.
"O resultado satisfatório da atual condição funcional não implica condição
estrutural adequada, pois ainda não houve ação do tráfego com potencial para
degradar substancialmente a rodovia", declarou a equipe de auditoria.
O relatório apontou que as falhas
podem não estar relacionadas à execução das obras, mas ao projeto de
pavimentação, que indicou a reciclagem de camadas do revestimento da pista.
A reportagem entrou em contato
com a assessoria de imprensa do Dnit na tarde de ontem, mas não obteve retorno
para tratar do assunto.
DIÁRIO DO NORDESTE
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