Após o ex-senador Tasso Jereissati aparecer como destaque nas
inserções televisivas do PSDB e subir o tom das críticas ao Governo do Estado,
aumenta o burburinho em torno de sua possível volta às disputas eleitorais.
Enquanto alguns governistas já dão como certo o retorno e se preparam para a
possibilidade de enfrentamento, oposicionistas vislumbram cenário onde o tucano
seria peça fundamental no bloco contrário ao candidato a ser indicado pelo
governador Cid Gomes (Pros).
“Temos posições antagônicas, mas para o projeto de um novo
Ceará, temos que entrar em sintonia”, diz a deputada Eliane Novais (PSB) sobre
eventual candidatura de Tasso. No momento, segundo ela, o nome mais cotado no
PSB para a eleição ao Governo é a empresária Nicole Barbosa, presidente do
Centro Industrial do Ceará (CIC).
Nessa perspectiva, a entrada de Tasso no processo é vista com
bons olhos não para compor chapa, mas para ajudar a formar o arco de oposição.
O CIC, hoje comandado por Nicole, foi presidido por Tasso nos anos 1980 e
ajudou a projetá-lo como liderança política. “A entrada dele muda totalmente o
cenário, porque é uma presença muito forte”, afirma João Jaime (DEM),
historicamente ligado a Tasso, mas que deixou o PSDB no mês passado. Na sua avaliação,
a forma como o ex-senador reapareceu nas inserções denota desejo de participar
da eleição. “Para qualquer cargo que (Tasso) for, tem meu apoio”, diz Jaime,
alegando que sua saída do partido não significou rompimento com o antigo
aliado.
O vice-líder do Governo na Assembleia, Júlio César Filho
(PTN), considera que as reaparições de Tasso já fazem parte do jogo eleitoral.
“Ele disse que cuidaria dos netos, mas com a proximidade das eleições,
acreditamos que possa se empolgar”, pontua. Ele pondera, no entanto, que as
críticas do ex-senador “não condizem com a realidade”.
Volta tardia
Após passar toda sua vida política fazendo elogios a Tasso, o
deputado Fernando Hugo (SDD) agora adota tom crítico a seu ex-líder e avalia
que o retorno do tucano aos holofotes demorou para acontecer. “A ausência
completa dele, principalmente na campanha municipal de 2012, deixou um vazio
imenso. Não tivemos apoio nenhum dele e de outros líderes”, recorda. Segundo
Hugo, se o partido não tivesse se acomodado na base do governo e Tasso tivesse
adotado antes o tom de agora, a debandada do PSDB teria sido evitada.
O POVO ONLINE
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