quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

OBRAS INACABADAS DO DNIT NO INTERIOR DO CE COMPROMETEM R$ 320 MILHÕES

Russas. Obras de infraestrutura relevantes para a economia estadual e regional estão paradas ou em ritmo lento. É o que se constata na construção de viadutos em Tianguá, e nas obras da BR-222 (trecho Itapajé) e Ponte Juscelino Kubitschek, em Aracati. No caso da BR-222, o prazo para conclusão estourou em 2012. Já os viadutos em Tianguá estão parados desde 2008. E a Ponte Juscelino Kubitschek, na BR-304, não avança desde 2011. Os investimentos nas três obras somam mais de R$ 320 milhões, mas não há prazos definidos para conclusão.

Na Zona Norte há duas obras do Dnit, ambas na BR-222. A primeira liga Fortaleza a Sobral e está em recuperação há quatro anos, após ser palco do "Rally na BR", protesto que contou com o governador Cid Gomes, a fim de chamar atenção para a buraqueira da rodovia. No mesmo trecho está sendo retirada a "Curva da Morte", próxima à ponte São Miguel, paralisada no último dia 28, para o corte de rochas com a detonação de explosivos. No projeto estava previsto a reconstrução da rodovia a partir do município de Croatá, até o acesso a Sobral, em três lotes de obras que representam um investimento de R$ 250 milhões, feito pelo Dnit, continuamente até meados de 2012. Neste trecho, pontes também seriam reparadas e reconstruídas. Porém, essas obras deveriam ter sido concluídas em 2012, mas não acabaram, estando em diversas etapas diferentes.
No trecho entre Umirim e Itapajé, considerado pelos motoristas como o mais crítico, o Dnit informou que se encontra em obras de restauração com trafegabilidade precária.
Em Tianguá é que se encontra a obra mais crítica, a duplicação da rodovia e construção de passarelas e viadutos, parada desde 2010, após escândalo com a construtora Delta. A obra foi iniciada em 2006 e está abandonada há quatro anos. Essa não foi a primeira parada. Em a nos anteriores aconteceram duas pausas. Orçada em R$ 41,3 milhões, o projeto inicial previa a construção de dois viadutos, duas passarelas e a duplicação de seis quilômetros no acesso leste. Hoje o trecho se encontra com desvio por conta de obras de duplicação, mesmo paralisadas. O viaduto que está incompleto faz parte do projeto, assim como uma passarela. Na pista, há buracos e poeira no entorno dos viadutos. A obra tinha previsão de entrega em 2008.
De acordo com o chefe de Gabinete da Prefeitura de Tianguá, Mariano Diniz, o que mais tem prejudicado a cidade com a obra parada foi o início da terraplanagem, que desmatou e retirou a pavimentação ao lado da rodovia em três bairros. "Muita poeira, incômodo e dinheiro jogado fora, porque o serviço já foi feito duas vezes e como não há continuidade acaba se perdendo", destaca ele. A Prefeitura pleiteia verba junto a União para finalizar o projeto.
A Ponte Juscelino Kubitschek aguarda conclusão há quase 12 anos. Iniciada em 2002 com orçamento de R$ 33 milhões e previsão para entrega em 18 meses, teve várias paralisações devido a escândalos envolvendo a Delta. Depois de muito tempo parada e com o afastamento da empresa responsável, uma nova licitação em 2006, orçada em R$ 29,9 milhões, foi liberada e uma nova construtora ficou responsável. A primeira etapa só veio a ser liberada, ainda incompleta, após pressão dos motoristas, que reclamavam dos transtornos registrados no trecho durante o feriadão de réveillon de 2010 para 2011. A faixa foi então liberada para tráfego antes do carnaval daquele ano. De lá pra cá, a obra da Ponte JK esta parada, faltando ainda 30% para conclusão.
Diário do Nordeste

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