O primeiro caso grave de dengue
no Estado do Ceará em 2014 foi confirmado esta semana no município de Pereiro,
distante 342 quilômetros da Capital. A informação é do Boletim epidemiológico
da doença, divulgado, ontem, pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que
apresenta, ainda, uma confirmação de 226 novos casos em todo o Ceará em uma
semana.
De acordo com a nova
classificação da doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em vigor desde
janeiro deste ano, as denominações dengue clássico, febre hemorrágica do dengue
(Grau I, II, III e IV), dengue com complicação e síndrome de choque do dengue
deixaram de ser utilizadas e deram lugar as classificações: dengue, dengue com
sinal de alarme e dengue grave.
Segundo o último boletim, de 31
de dezembro de 2013 até ontem, foram notificados 1923 casos de dengue no
Estado. Destes, 705 foram confirmados em 37 municípios, com destaque para
Fortaleza e Tauá, com 158 e 282 casos, respectivamente.
Além do registro grave da doença
no município de Pereiro, foram confirmados oito casos do tipo dengue com sinais
de alarme, sendo quatro em Fortaleza, três em Tauá e um em Alto Santo. Nenhum
óbito foi confirmado pela Sesa em 2014, mas seis ainda estão sob investigação.
Na Capital, o maior número de
incidência da doença está na Secretaria Executiva Regional III (SER III), com
47 casos, mas o bairro com o maior registro de ocorrências é o Mondubim, com 10
casos, pertencente a SER V.
Ocorrência
O médico infectologista Anastácio
Queiroz, professor de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), explica
que o caso grave da dengue pode ser comum uma vez que o Estado já passou por
epidemias anteriores. Segundo ele, quem adquire a doença pela segunda ou
terceira vez tem dezenas de possibilidades de ter a forma mais grave. "A
dengue em sua forma grave geralmente ocorre em pessoas que antes tiveram a
doença".
Mesmo ocorrendo um número
reduzido de casos, destaca o infectologista, é preciso estar alerta para os
sinais que, apesar de não lembrar a dengue, podem indicar se tratar da forma
grave da doença, como tonturas, dores abdominais e sangramentos. "É
importante que os familiares estejam em alerta e que os profissionais de saúde
coloquem sempre essa possibilidade dentro dos seus diagnósticos", diz.
LIRA
Na última terça-feira (18), o
Ministério da Saúde apresentou o balanço da doença referente ao primeiro
bimestre de 2014. Apesar de ter havido uma queda de 80% no número de casos, se
comparado ao mesmo período do ano anterior, o Levantamento Índice Rápido de
Infestação por Aedes aegypti (LIRAa)- Mapa da Dengue, apontou o Ceará como o
estado do Nordeste com o maior registro de casos.
Ainda de acordo com o
levantamento, o Ceará está entre os dez estados brasileiros que concentram os
86% dos casos no País. Foram, ao todo, 2.082 notificações, conforme o LIRAa. No
Brasil, foram 87 mil notificações nesse período, contra 427 mil no ano passado.
Apesar disso, a recomendação do
Ministério é continuar com as ações preventivas. A reportagem tentou contato
com o coordenador do Núcleo de Controle de Vetores da Sesa, mas as ligações não
foram atendidas.
Renato Bezerra
Repórter
FIQUE POR DENTRO: IDENTIFICANDO A NOVA
CLASSIFICAÇÃO
De acordo com a nova
classificação sugerida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), serão
considerados casos suspeitos de dengue quaisquer pessoas que tenham viajado nos
últimos 14 dias para área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou a
presença do Aedes aegypti e que apresente febre.
Diário do Nordeste
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