Cinco homens, especialistas em
extorsões mediante sequestro, foram presos na última quinta-feira (1º) em uma
casa de luxo no bairro da Sabiaguaba, em Fortaleza. O grupo estava preparando o
local para realizar mais uma ação criminosa. A família de um gerente de banco
seria feita refém, de acordo com as investigações da Polícia Civil.
As prisões foram feitas pela
Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) através de denúncias anônimas. As
investigações contaram, ainda, com o apoio de agentes da Coordenadoria de
Inteligência (Coin), da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS).
Dentre os presos, estão dois
paraenses, fugitivos do sistema carcerário do Estado do Pará. Além deles, foram
capturados um paulista e dois cearenses.
Foram detidos os paraenses
Francisco Alexandre Pinto de Lima, 36, o 'Cara de Peixe', e Sandro Moreti Alves
Marçal, 40. A dupla estava na casa. Durante a abordagem, o restante da
quadrilha fugiu em dois veículos. A Polícia conseguiu interceptar um deles, em
um Corolla, onde estavam o paulista Francisco Éder Pereira da Silva, 31, e os
cearenses Marcelo Emídio de Sousa, 32 e Leandro Vieira de Oliveira, 33. Pelo
menos, mais um integrante do bando permanece foragido.
Os delegados Diego Barreto e
Raphael Vilarinho, da DRF, explicaram que o grupo já havia agido no Pará e no
Amapá. "Eles são especialistas em extorsão mediante sequestro. Os
foragidos do Pará têm dois mandados de prisão em aberto", relatou Raphael
Vilarinho.
Os paraenses lideraram uma fuga
em massa do presídio onde estavam, disseram os delegados. "Eles
conseguiram introduzir quatro pistolas .40 no presídio e comandaram a fuga de
mais de 20 internos, trocando tiros com policiais e agentes penitenciários. São
de altíssima periculosidade". Sandro, segundo Vilarinho, soma mais de 35
anos de prisão em suas condenações.
De acordo com a Polícia Civil, os
cinco presos já respondem por extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma
de fogo, tráfico de drogas e homicídio.
A casa de luxo, segundo as
investigações, havia sido alugada utilizando o nome falso criado por um dos
homens. Documentos falsos foram localizados na residência, além de munição de
fuzil.
Em um dos cômodos, segundo
explicaram os delegados, foi construído um cativeiro com isolamento acústico
para abafar os gritos e pedidos de socorro das vítimas. "Eles iam ficar
aqui no Ceará de um a dois meses para cometer diversos crimes. De quinta para
sexta-feira eles iam sequestrar um gerente de um banco e a família dele",
afirmou o delegado Raphael Vilarinho.
Ligação
Para a Polícia Civil, existe a
possibilidade de uma ligação entre a quadrilha presa e as apreensões de armas
de grosso calibre realizadas nos últimos dias. "A especialidade deles é a
extorsão mediante sequestro, mas não está descartada a hipótese da quadrilha
praticar outros crimes contra instituições financeiras como explosão. Nada está
descartado", afirmou disse Diego Barreto.
DIÁRIO DO NORDESTE - Levi de
Freitas (Repórter)
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