Canindé. Membros da Comissão Científica da Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE) confirmaram a recomendação para reconhecimento
internacional do Ceará como Zona Livre de Febre Aftosa com Vacinação. A
recomendação foi feita pelos auditores da comissão durante 82º Sessão Geral da
Assembleia Internacional de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal em
Paris na França na última semana.
A recomendação vale, ainda, para os estados de Alagoas,
Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Região Norte do
Estado do Pará.
Para o secretário de Desenvolvimento Agrário do Ceará, Nelson
Martins, a conquista pelo Ceará do status de Zona Livre de Febre Aftosa com
Vacinação permitirá grande impulso na atividade econômica da agropecuária
cearense, pois ampliará o comércio de animais e material genético com outros
Estados. "Além disso, impulsionará as feiras e exposições agropecuárias do
Ceará. Os produtos de origem animal estão certificados, vindos de rebanhos
saudáveis e que poderão ser comercializados com os certificados de qualidade,
sem colocar em risco a saúde dos consumidores", comemora Nelson Martins.
O Ceará possui um rebanho bovino de 2.614.517 cabeças e de
1.875 bubalinos, totalizando 2.616.392 animais, segundo dados do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e já é um grande exportador de material
genético de ovinos e caprinos. Segundo Nelson Martins, o Estado também detém
excelentes plantéis de bovinos das raças Gir, Girolando e Guzerá. "No
Cariri também há grandes matrizes genéticas de Nelore'', frisa o secretário.
"Os produtores poderão exportar não só os animais como também os produtos
de sua origem, como carne, leite e seus derivados de pele'', disse Nelson.
Ele ressaltou que essa análise positiva da auditoria é o
resultado da seriedade das ações do Governo do Ceará, que conseguiu o
envolvimento da iniciativa privada, representada pelos criadores e a indústria
frigorífica. Na sua avaliação, esse reconhecimento internacional fechará um
ciclo e abrirá outros.
"Fechará o ciclo da meta que buscamos por tantos anos,
de conquistar a zona livre de febre aftosa, mas abrirá novos desafios
sanitários, que serão agregados às nossas atividades", disse.
O secretário frisou que o reconhecimento internacional também
aumenta a importância e responsabilidade do trabalho da SDA, que agora terá
reflexos em todo o País. "O nosso compromisso deixará de ser com a defesa
sanitária animal do Ceará, para ser do Brasil, pois qualquer foco de febre
aftosa comprometerá o status sanitário do País inteiro", complementou.
O governador Cid Gomes publicou em sua página na rede social
que a erradicação da febre aftosa é fundamental para que o Estado possa
movimentar seus produtos entre fronteiras. Essa credencial, conquistada não
após 40 anos, mas há mais de 200 anos, premia o esforço cotidiano. "Faz
anos que se tenta isso, que se persiste na vacinação, conseguindo percentuais
de cobertura sempre além do que é exigido. O status de área livre de febre
aftosa com vacinação é o reconhecimento do esforço coletivo de pecuaristas,
criadores, afinal, são eles que adquirem as vacinas e imunizam seus rebanhos.
Para eles vai o grande mérito. O Estado tem sido só um incentivador para que,
finalmente, se chegasse a um entendimento'', diz o governador.
"Agora os criadores de bovinos e bubalinos poderão
voltar a comercializar os animais e as matrizes genéticas de seus rebanhos para
qualquer estado brasileiro e países europeus", comemorou ele. O Brasil é o
maior produtor mundial de carne bovina. No Ceará, no entanto, a criação é
voltada para produção de leite. O índice de vacinação animal contra a Febre
Aftosa em maio de 2013, alcançou 94,25%.
Diário do Nordeste Antônio Carlos Alves Colaborador
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