quinta-feira, 10 de julho de 2014

APREENSÃO DE ARMAS NO CEARÁ CRESCE 7% ESTE ANO

A apreensão de armas de fogo no Ceará cresceu 4,3% nos cinco primeiros meses de 2014, com relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e maio, exatos 2.619 armamentos foram recolhidos pela Polícia no Estado. Em 2013, o volume de apreensões nesse intervalo foi de 2.510 unidades. Considerado os últimos três anos, o volume de revólveres, pistolas, escopetas e até fuzis apreendidos já chega a 14.663. A média é de quase 17 armas recolhidas por dia.
Os dados são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Em sua maioria, o material foi apreendido em ocorrências como a registrada na noite da última segunda-feira, 7, no bairro Parangaba. Na ocasião, dois homens foram presos em flagrante após um assalto, na avenida João Pessoa. João Ramos Fernandes Neto, de 34 anos, e Sebastião Martins, 41, foram capturados e levados ao 30º Distrito Policial, no bairro São Cristóvão. Com eles, os policiais encontraram uma pistola calibre 9 mm.

Armas x homicídios
Conforme O POVO publicou há duas semanas, até o último dia 23 de junho deste ano, o Estado já havia registrado 2.265 homicídios. A maioria dos casos teve o uso de armas de fogo como a principal causa da morte. Coordenador do Laboratório de Estudos da Conflitualidade e da Violência (Covio) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), o professor Geovani Jacó justifica que o problema está na falta de controle sobre o mercado das armas. 

“O aumento pode ser relevante, mas também pode ser ínfimo. Pífio, diante do universo de armas ilegais que circulam no Estado. Nunca saberemos. E esse é o grande gargalo da ação de inteligência da Polícia. Não existe senso ou controle da quantidade de armas disponíveis no mercado do contrabando. E esse mercado está longe de ficar sob o controle do Estado. A população está se matando, fazendo ‘justiça’ com as próprias mãos. O uso de arma deixou de ser exclusividade do sistema de segurança e daqueles que têm porte de arma. Ele está disseminado na sociedade”, avaliou.
Para Jacó, o comércio das armas também é determinante no crescimento de crimes como ataques a banco. Por este motivo, ele considera o crescimento das apreensões importante. “Esse mercado é um dos mais rentáveis que existe. É motivador para ações como assaltos a banco, já que eles buscam levantar recursos para financiamento e aquisição de novas armas. Como política de controle do crime, isso não deixa de ser interessante. O maior efeito desse dado é pedagógico. Mas primeiro temos que saber quem está sendo desarmado”, disse.

Abordagens
Comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Lauro Prado atribuiu o crescimento das apreensões à intensificação das abordagens realizadas pela PM, uma das diretrizes do programa Em Defesa da Vida. Prado defende que os homicídios ocorrem por diversos motivos, desde o passional ao latrocínio (roubo seguido de morte), o que impede uma redução na mesma proporção em que as apreensões aumentam.

“Nossa função é prevenir o crime. Fazemos isso com abordagens e cumprimento de mandados de busca e apreensão. Mas não é possível medir o que conseguimos evitar, por exemplo, durante uma abordagem. Não sabemos se o indivíduo que estava com a arma pretendia cometer um roubo ou homicídio. O que é palpável é o que existe: a apreensão, os roubos ou homicídios. Se alguém estiver destinado a matar, ela vai arrumar outro meio ou aguardar uma nova oportunidade. Mas nosso objetivo é a proteção vida”, defendeu o coronel.
 Serviço: Denuncie casos de pessoas que possuem arma sem a permissão da Justiça, pelo telefone. Não é necessário se identificar
Dique-denúncia: 181
Ciops: 190
O POVO

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