Agosto está apresentando números
positivos nas investigações de homicídios no Ceará. Até a última sexta-feira
(22), os policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) já
haviam conseguido capturar neste mês 24 pessoas envolvidas nestes crimes no
Estado. O número já supera, inclusive, o dos últimos 12 meses, que foi de quase
17 pessoas a cada 30 dias.
De julho de 2013 a julho de 2014,
foram realizadas 203 prisões de pessoas envolvidas em homicídios no Estado,
média de 16,9 capturas por mês, ou uma prisão a cada dois dias. Com 24 presos
em 22 dias, a média de agosto de 2014 supera uma captura a cada 24 horas.
As prisões, de acordo com o
diretor da DHPP, delegado Ricardo Romagnoli, são frutos de ações integradas da
Polícia Civil, em parceria com a Polícia Militar e a Coordenadoria de
Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
"Estas 24 prisões foram
feitas em flagrante, em cumprimento de mandados preventivos e mandados
temporários. Não estamos apenas realizando prisões, mas estamos alcançando
metas de inquéritos concluídos, com autoria definida, encaminhados à Justiça.
Estamos dando vazão às investigações", explicou.
Para Romagnoli, o trabalho
conjunto das forças de segurança no Ceará tem feito a diferença ao conseguir
elucidar os crimes. "Estes resultados demonstram que com a integração
entre as Delegacias de Polícia Civil, a PM, a Coin e a confiança que a
população tem depositado em nós, temos conseguido elucidar diversos crimes,
trabalhando para resolver todos. Alguns, demoram mais. Outros, são resolvidos
de maneira mais rápida. Depende de uma série de fatores. Mas ressaltamos que é
um trabalho contínuo e incessante por parte dos delegados e inspetores da DHPP,
integrados com as demais forças de segurança", indicou o delegado.
A expectativa do diretor da
Divisão é de que os próximos meses sigam no mesmo ritmo, com possibilidade de
superar a quantidade de prisões dos últimos 12 meses em aproximadamente seis
meses. "Esperamos que estes resultados só aumentem a cada dia, para que os
índices de criminalidade no Ceará diminuam. Estes números nos estimulam a
seguir trabalhando", determinou.
Crimes elucidados
As últimas prisões relatadas pela
DHPP foram as de Lucivânia Nunes da Silva, a 'Aninha', de 30 anos, e Francisco
Bruno Feliciano da Silva, 22. Este último, suspeito de envolvimento no
assassinato do sargento da Polícia Militar Carlos Wanderley Vicente Barbosa. O
crime, segundo o delegado, está elucidado e todos os envolvidos foram
identificados.
"Para capturar o Bruno,
trabalhamos em parceria com a Divisão Anti-Sequestro (DAS) e equipes da Unidade
Tático Operacinal (UTO). Já estávamos no encalço dele, e o localizamos na Via
Expressa, na Aldeota. Ele é suspeito de integrar a quadrilha do 'Diabo Loiro',
que já está morto. Possuímos mais nomes de pessoas envolvidas. É mais um crime
elucidado, onde todos os envolvidos estão identificados, e o inquérito está em
fase final. No dia 3 de julho, prendemos Antônio Lailson de Sousa Lima,
conhecido como 'Antônio Pezão', comparsa de Bruno", afirmou.
Sobre a prisão de 'Aninha', o
delegado destaca a importância de já ter desestruturado a quadrilha à qual ela
fazia parte.
"A Lucivânia participava de
uma associação criminosa bem estruturada que já desmantelamos. Ela é envolvida
com tráfico de drogas e homicídios, dentre outros crimes, cometidos em geral na
região do Cumbuco, no Pirambu e na Barra do Ceará. Foi um trabalho conjunto com
as Delegacias das áreas e a Polícia Militar, que durou cerca de quatro meses,
culminando na prisão de cerca de 20 pessoas deste mesmo grupo. 'Aninha' era
responsável por gerenciar o dinheiro da quadrilha, por ser irmã de um dos
chefes do bando", detalhou Romagnoli.
O delegado elenca ainda que,
neste mês, pelo menos duas quadrilhas foram desmontadas. "Conseguimos
desmantelar dois grupos, um com atuação no Bom Jardim e outro, no Vicente
Pinzón. O primeiro foi o bando do João Neto, preso com mais três comparsas em
um Toyota Corolla blindado, com duas armas, sendo uma pistola israelense.
Juntando os inquéritos todos, eles respondiam a três homicídios. O outro grupo
era composto pelos irmãos Vanderson e Mário de Oliveira dos Santos, que
respondem por três homicídios. São considerados perigosos, pois roubavam,
matavam e alugavam armas", enfatizou.
DIÁRIO DO NORDESTE Levi de
Freitas Repórter
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