O ex-vereador Francisco das
Chagas Filho, 42, conhecido como ´Alan Terceiro´, será julgado pelo 1º Tribunal
Popular do Júri pela morte da ex-mulher Andréia Aderaldo Jucá, à época com 39
anos.
O réu, que é acusado de matar a
companheira no mês de outubro de 2013, com, pelo menos, 20 golpes de faca,
responderá pelo crime de homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e à
traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte
ou torne impossível a defesa do ofendido). A defesa que representa o ex-vereador
recorreu da decisão.
A juíza Danielle Pontes de Arruda
Pinheiro, da 1ª Vara do Júri, pronunciou Francisco das Chagas, acatando a
denúncia do Ministério Público (MP).
"Declaro admissível a
acusação para pronunciar o acusado [...] haja vista a comprovada materialidade
do fato e existência de indícios suficientes de autoria", diz um trecho da
Sentença de pronúncia, que foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico, no
último dia 9.
No documento, a magistrada também
decide manter o réu preso. "Resta demonstrado no caso dos autos, já que
pelo que se vislumbra, não há qualquer fato novo que justifique a revogação do
decreto preventivo, considerando que a liberdade do agente põe em risco a ordem
pública, bem como a instrução criminal, a teor do que dispõe o art. 312 do CPP,
de modo que mantenho a prisão por seus próprios e jurídicos fundamentos".
Defesa
O advogado Ernando Uchôa Lima
Sobrinho, que representa a defesa do ex-vereador, explica que aguarda a decisão
do juízo acerca do pedido de reconsideração da pronúncia.
"Apresentamos um recurso
contra a decisão de pronúncia e o juízo deve fazer firmar a reconsideração ou
não da decisão de pronúncia e depois dar vistas à defesa para apresentar razões
do recurso, e ser apresentado à superior instância, que é o Tribunal de
Justiça", disse.
Uchôa relata que Francisco das
Chagas vive ´situação ruim´, recolhido nas celas do sistema penitenciário
cearense, as quais chamou de ´masmorras´. Alan Terceiro foi preso em flagrante
no dia do crime, 13 de outubro.
"Francisco está recolhido ao
cárcere e como qualquer pessoa está vivendo situação muito ruim, principalmente
por estar nas masmorras do Ceará. Está na situação de preso, como outro
qualquer, submetido ao regime carcerário do Estado. Ele permanece aguardando a
manifestação da Justiça sobre os pedidos que temos feito a respeito do caso
dele", afirmou.
O crime
O homicídio ocorreu no domingo,
dia 13 de outubro do ano passado. Vizinhos ouviram gritos de desespero de
dentro da casa e ligaram para a Polícia.
As viaturas demoraram a atender a
ocorrência e os moradores da Rua Frei Marcelino, bairro Rodolfo Teófilo,
resolveram arrombar o portão e entrar na casa, mas já era tarde demais.
A pedagoga Andréia Jucá já estava
morta e Francisco das Chagas permaneceu na casa. Policiais militares chegaram
depois que os vizinhos resolveram entrar na casa e prenderam o homem em
flagrante. O ex-vereador não ofereceu resistência à prisão. Ele foi levado ao
34º DP (Centro), sendo depois transferido à Casa de Privação Provisória de
Liberdade José Jucá Neto (CPPL III) e permanece preso aguardando julgamento.
Em 1º de abril, a Justiça de
Fortaleza negou pedido de prisão domiciliar feito pela defesa.
Fique por dentro
Acusado alegou traição
Francisco das Chagas Filho,
conhecido como ´Alan Terceiro´, é ex-vereador, tendo sido, também suplente pelo
PT do B de Fortaleza, além de ex-presidente de uma cooperativa de topiqueiros e
chefe de gabinete da Prefeitura de Madalena, cidade localizada a 186
quilômetros de Fortaleza.
Na ocasião do crime, cometido
dentro da residência do casal, localizada na Rua Frei Marcelino, no bairro
Rodolfo Teófilo, populares tentaram agredir o homem. A Polícia Militar teve de
intervir para evitar o linchamento.
Andréia Aderaldo Jucá, 39, era
mãe de três filhos menores. O relacionamento com o ex-vereador, segundo
populares, era conturbado.
Ao ser preso em flagrante,
Francisco das Chagas alegou ter flagrado a esposa na companhia de um amante e,
segundo ele, teria travado uma luta corporal com o rival. A Polícia, todavia,
ouviu moradores próximos e ninguém teria visto o suposto amante da vítima no
local do crime.
A vizinhança afirmou ter ouvido
gritos do casal e barulho de luta corporal dentro da residência por volta das
15 horas. O Ronda do Quarteirão teria sido chamado pelos vizinhos, mas houve
demora no atendimento da Polícia. Quando os militares chegaram na casa, a
mulher estava morta na sala e o marido permanecia na residência.
De acordo com policiais que
atenderam a ocorrência, ´Alan Terceiro´ estava "sentado na cama, com as
mãos feridas", e não reagiu à voz de prisão.
Dezenas de pessoas se aglomeraram
na frente da casa e, ao saber que o assassino ainda estava ali, tentaram
invadir o local.
Levado ao 34º DP, ainda com as
mãos feridas, o ex-vereador repetia, "Sou pessoa de bem e fui
traído".
Fonte: Diário do Nordeste
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