As obras de construção do campus Multi-institucional de
Iguatu, que deve integrar os campus da Universidade Regional do Cariri (Urca),
da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e da Faculdade de Tecnologia Centec
(Fatec), iniciadas em 2010, estão paralisadas há 10 meses, segundo os
estudantes da unidade entrevistados pelo O POVO. De acordo com os alunos,
durante todo esse período, nenhum operário foi visto trabalhando no canteiro de
obras da unidade.
Uma estudante do curso de Enfermagem ouvida pelo O POVO
Online conta que o prédio em que hoje funciona a Urca, numa antiga escola, tem
péssimas instalações. “O Corpo de Bombeiros, inclusive, disse que a cantina da
faculdade não tem segurança quanto aos botijões de gás, que estão muito
expostos ao sol. Fizeram algumas reformas, mas um telhado caiu no semestre
passado. A sorte é que ninguém se feriu”, conta a aluna.
Por falta de aparelhos de ar condicionado, os próprios
estudantes do curso resolveram se unir, juntaram dinheiro e instalaram um
equipamento numa das salas. Ela conta ainda que o laboratório cabe, no máximo,
15 pessoas e a turma dela tem mais de 40 alunos. “Ficamos nos revezando e
acabamos perdendo o conteúdo”, afirma.
Outro aluno, da Educação Física da Urca, diz que todos os
cursos sofrem problemas por conta das instalações. No caso dele, a questão é a
falta de estrutura da quadra poliesportiva. “O curso de Enfermagem recebeu uma
das melhores avaliações do País. Ainda assim, não existe investimento do
Estado”, critica.
A assessoria de comunicação da Secretaria da Ciência,
Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará (Secitece) informou, por meio
de nota, que a obra do Campus Multi-institucional de Iguatu está orçada em R$
18.204.481,00, dos quais R$ 16.384.032,90 (90% da construção) são financiados
pelo BNDES-Estados e os outros 10%, correspondentes a R$ 1.820.448,10, são de
responsabilidade do governo estadual. O prazo estimado para conclusão é dia 15
de dezembro de 2014.
Segundo a assessoria de imprensa, a obra nunca esteve
paralisada. “O que ocorreu foi uma diminuição do ritmo de trabalho por conta da
demora na liberação do recurso do BNDES, que obedece a um cronograma de
desembolso próprio do banco. Por conta da demora nesta liberação, o Governo do
Estado teve que assumir toda a obra. No entanto, os recursos do BNDES já foram
repassados, o Governo ressarcido e a questão já normalizada”. Ainda de acordo
com a nota, a construção está 87,48% concluída e conta com 63 trabalhadores.
Redação O POVO Online
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