Iguatu. Na próxima semana, o governo do Estado divulga o
balanço da campanha de vacinação contra a febre aftosa na segunda etapa, que
terminou no último dia 2. Dados parciais apontam que, mais uma vez, o Ceará vai
atingir a meta de imunização. Os criadores têm até o próximo dia 17 para
apresentar a declaração da vacina. Os inadimplentes sofrerão sanções
administrativas e multa.
"É importante para que o Estado possa contabilizar o
índice de imunização do rebanho de bovino e bubalino contra a doença",
explicou Amorim Sobreira, diretor de Sanidade Animal da Agência de Defesa
Agropecuária do Ceará (Adagri). O criador inadimplente receberá uma multa por
não vacinar o rebanho no valor aproximado de R$ 16 por animal e será impedido
de realizar qualquer serviço na Adagri - emissão de GTA, ficha sanitária -, até
que seja regularizada a situação.
Na primeira etapa da campanha, em maio de 2014, foram
vacinados 95,55% do rebanho de bovinos e bubalinos (búfalos), sendo mais de 88%
das propriedades imunizadas. Nesta segunda etapa, a Adagri pretende ultrapassar
a meta de 95% do rebanho em todos os municípios. Até o presente momento já
foram vacinados cerca de 2,3 milhões de animais de um total de 2,6 milhões,
representando 88,5% do rebanho.
O Ceará foi reconhecido internacionalmente como zona livre de
febre aftosa com vacinação, neste ano, no dia 29 de maio, em Paris, durante
conferência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), após auditoria
realizada no Estado, em fevereiro. Na época, foram avaliadas as ações que o
Ceará desenvolve acerca dos programas de sanidade animal executadas pela
Adagri.
Em 2013, o Ceará obteve certificação do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de zona livre de febre aftosa com
vacinação, por meio de portaria de reconhecimento nacional assinada em
solenidade realizada em Fortaleza. O Estado vai encaminhar, em 2015, um estudo
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) solicitando
segmentação da vacinação. O esforço do governo é para avançar na conquista de
novas etapas acerca da febre aftosa. "O próximo passo é solicitar a
segmentação da vacinação, imunizando, na primeira etapa, os animais até dois
anos de idade, e, na segunda fase, todo o rebanho", explicou Amorim
Sobreira. "Os criadores aderiram à campanha, sabem da importância da
vacinação e em 2015 vamos intensificar a educação sanitária animal",
acrescentou.
Os técnicos estão otimistas. "Desde a década de 1970 o
Ceará lutava para ser classificado como zona livre de aftosa com
vacinação", lembrou Amorim Sobreira. "Até 2009 era risco desconhecido
e depois passou a ser risco médio". Um terceiro passo previsto para
ocorrer em até uma década é o título de livre de febre aftosa sem vacinação.
Apenas o Estado de Santa Catarina, no Brasil, tem essa classificação.
"São etapas que vamos conquistando", explicou
Amorim Sobreira. Até lá, apesar do otimismo dos técnicos, o Ceará precisa
continuar fazendo o dever de casa, isto é, imunizar o rebanho dentro da meta.
Uma das regiões que apresentam menor índice de cobertura é o Centro-Sul do
Ceará. Em novembro passado, o secretário adjunto da Secretaria de
Desenvolvimento Agrário (SDA), Antonio Amorim, esteve na cidade de Iguatu e em
outros municípios fazendo uma ampla mobilização para obter adesão dos
criadores.
O Ceará, nos últimos anos, adotou uma sequência de ações que
possibilitaram o reconhecimento internacional. "Os criadores e a economia
cearense são os beneficiados", observou o titular da SDA, Nelson Martins.
Com o reconhecimento, o setor agropecuário vivencia novas
expectativas, pois pode receber e mandar os seus animais para exposições e
eventos para o País e exterior, com livre circulação. "Dessa forma, o
valor dos animais aumenta, beneficiando diretamente o criador", destaca o
coordenador do Programa Estadual de Erradicação e Profilaxia da Febre Aftosa da
Adagri, Joaquim Sampaio.
O esforço de toda a cadeia produtiva e das autoridades é
garantir ao Ceará a condição de se manter "livre de febre aftosa com
vacinação", alcançada em maio último, com reconhecimento da OIE. "Não
vamos nos descuidar e contamos com a adesão dos criadores", observou
Nelson Martins. De um total de 142 mil produtores, apenas 3% não participaram
da primeira etapa da vacinação, em maio passado. O rebanho cearense é quase
todo bovino. Das 2,6 milhões de cabeças, pouco mais de 1.800 são de bubalinos.
Empenho
O secretário Nelson Martins frisou que o êxito do Ceará no
combate à febre aftosa se deve ao empenho de todos e, em particular, da
consciência dos produtores. "A febre é um mal cruel. Quando ela ataca, na
maioria dos casos, os animais têm que ser sacrificados. Além do prejuízo
particular, o criador prejudica toda a cadeia produtiva, já que a febre é
altamente contagiosa", argumenta. Ele avaliou positivamente esta etapa da
campanha.
DIÁRIO DO NORDESTE - Honório Barbosa Colaborador
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