Cinco homens presos e
vasto armamento e munição de grosso calibre apreendido, avaliado em
aproximadamente R$ 500 mil. Este foi o saldo, divulgado ontem, da operação
policial desencadeada após tentativa de ataque a um carro forte na BR-116
ocorrida na noite da última quarta-feira (14) em Russas, a 165 quilômetros de
Fortaleza.
Conforme a Polícia, o grupo foi preso após invadir um sítio e
fazer três pessoas de reféns dentro de uma casa. Houve tiroteio e dois dos
suspeitos foram baleados. Após seis horas de negociações, os criminosos se
renderam. Os reféns foram liberados sem ferimentos. O armamento apreendido,
segundo a Polícia, é similar ao utilizado em guerras.
Na sede da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS), estiveram o delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF),
Raphael Vilarinho; o adjunto da Especializada, Diego Barreto; o comandante do
Comando de Policiamento do Interior (CPI) Norte, coronel Júlio Aquino; e o
inspetor chefe da 3ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alisson
Mesquita. Eles apresentaram o material apreendido e forneceram detalhes da
operação conjunta.
Vilarinho destacou que o grupo já é conhecido da Polícia como
a 'Quadrilha dos Pipocas". Segundo o delegado, eles são suspeitos de
cometerem crimes no Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará e Mato Grosso.
Ainda conforme o titular da DRF, o grupo é formado por empresários que possuem,
por exemplo, posto de combustíveis, madeireira, dentre outros.
Tiroteio
Na tarde de quarta-feira, o grupo formado por cerca de oito a
dez homens armados, atacou um comboio composto por três carros fortes que
trafegava na rodovia BR-116, no quilômetro 20, em Russas, com destino a
Fortaleza. Os veículos, de uma empresa privada de transporte de valores,
levavam dinheiro que fora recolhido de agências bancárias nas cidades de
Limoeiro do Norte, São João do Jaguaribe e Russas.
No momento da ataque, a quadrilha recebeu resistência por
parte dos seguranças da empresa de transporte de valores e não conseguiu
consumar o assalto. "Os vigilantes perceberam a aproximação dos bandidos.
Quando os criminosos atiraram, os seguranças revidaram e acionaram a PRF. Um
dos bandidos foi baleado e eles se viram obrigados a fugir", afirmou o
delegado.
Na fuga, o grupo se escondeu em um sítio, localizado a cerca
de oito quilômetros do local da tentativa de assalto. De acordo com o coronel
Júlio Aquino, a movimentação no local chamou a atenção dos policiais.
"Nossas patrulhas foram divididas e uma visualizou uma
casa fechada, por volta de 16h30, mas com os animais do lado de fora, soltos.
Isso causou estranhamento. Ao descer para averiguar, a composição foi recebida
a bala", lembrou o oficial.
Na residência, dois homens e uma mulher foram postos sob a
mira das armas. "Os suspeitos estavam nervosos e ameaçaram matar os
reféns. Informamos que ali poderia resultar em algo desastroso. Eles pediram a
presença de uma parente e um advogado e, com a chegada dos dois, se
renderam", afirmou.
Na casa, foram presos Elineudo Oliveira Silva, o 'Neudo
Pipoca', 41, que já havia sido preso em 2010 pela Polícia Federal pela prática
de crimes contra instituições financeiras; Antônio Ricardo Germano de Lima, o
'Ricardo da Vila Rica', 29, que já responde por roubo; além de Paulo Sérgio de
Oliveira, 31, e Ângelo Márcio Rodrigues, 36. Estes dois últimos, feridos, foram
conduzidos ao Instituto Doutor José Frota (IJF), na Capital.
Em poder do grupo, foram apreendidos três fuzis AK-47; dois
fuzis calibre 556; uma espingarda calibre 28; três pistolas ponto 40; 17
carregadores de fuzil; cinco carregadores de pistola; 473 munições intactas de
diversos calibres, balaclava, e cerca de 20 quilos de explosivos.
Já na manhã de ontem foi preso Raimundo Nonato Rodrigues da
Silva, o 'Raimundo da Vertente', 32, que já responde por roubo. Segundo a
Polícia, a quadrilha seria composta por "cerca de 30 a 40 pessoas".
Da última ação, haveria pelo menos outros três foragidos. "As diligências
continuam", afirmou Aquino.
Homenagem
Ao fim da coletiva, os policiais prestaram homenagem ao
soldado Samuel Rodrigues Tabosa, morto na quarta-feira, a quem ofereceram o
trabalho feito.
DIÁRIO DO NORDESTE - Levi de Freitas Repórter
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