Brasília. Com a disputa entre o
ministérios de Minas e Energia e da Fazenda sobre o novo socorro às
distribuidoras de eletricidade, o governo já admite conceder um reajuste
extraordinário nas contas de luz. Após reunião com a presidente Dilma Rousseff,
o novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, declarou que “o reajuste
extraordinário é uma alternativa”.
Esse aumento extra pode ter um
grande impacto na inflação, segundo Braga. O ministro disse que o Banco Central
ainda não foi consultado sobre o assunto. “Nós ainda não discutimos qual será o
cenário. Quando isso for definido, vamos conversar com a área pertinente. Aí,
cabe ao ministro (da Fazenda) Joaquim Levy fazer essa conversa”, disse.
Braga afirmou que o setor
elétrico precisa de uma “solução estruturante” para 2015, envolvendo, além do
empréstimo, outras fontes de recursos para o problema. Sem o empréstimo, a
conta de luz teria que subir 26% em um único mês. E afirmou que Dilma deu aval
para negociações sobre o financiamento. “A presidente Dilma deu sinal verde
para que possamos avançar nos estudos”, disse.
“Este será o último empréstimo e
será feito pelo mercado com taxas de mercado. Não vamos estender a Conta ACR
(que recebe os recursos dos empréstimos) para 2015. Teremos uma solução
estruturante neste ano”.
Solução híbrida
Ainda sem confirmar o tamanho do
novo empréstimo para cobrir o rombo das distribuidoras de novembro e dezembro
de 2014 – estimado em R$ 2,5 bilhões -, Braga afirmou que a solução buscada
pelo governo terá que ser “híbrida”. “Parte da despesa deve ser coberta por um
empréstimo e parte de outras fontes”.
O ministro disse que essa sequência
de empréstimos para o setor – que somaram R$ 17,8 bilhões em 2014 e podem
chegar a R$ 20,3 bilhões agora – não voltará a se repetir em 2015. O Ministério
da Fazenda, disse, não é contra o empréstimo, mas sim contra novos aportes do
Tesouro Nacional no setor elétrico.
Embate
Na primeira disputa de força na
Esplanada neste segundo mandato da presidente Dilma, Joaquim Levy resiste à
concessão de mais um empréstimo via bancos públicos às distribuidoras. Essa
posição diverge completamente da solução defendida por Braga, que não quer ser
o ministro do “tarifaço”, nem herdar uma inadimplência recorde entre as
empresas de energia, além de administrar um setor já fragilizado. A Casa Civil,
porém, sinalizou que está do lado de Braga.
Fontes informam, ainda, que a
CCEE estima uma inadimplência de 38% em janeiro – 2.157 empresas deixaram de
receber pagamento.
Fonte: Diário do nordeste
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