Iguatu Prefeitos e secretários de Saúde de cidades que têm
hospitais polos de atendimento regional reuniram-se, ontem, pela manhã, na sede
da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), com o secretário de
Saúde do Estado, Carlile Lavor. O esforço comum é a busca de solução para
resolver a crise financeira que se agravou nas unidades hospitalares. As
despesas são elevadas e as receitas escassas, numa conta que não fecha e que
traz enormes dificuldades para os gestores.
O presidente interino da Aprece, Expedito Nascimento,
informou que o encontro foi bastante proveitoso e contou com a participação de
representações de 17 municípios.
No Ceará, são 25 hospitais polos e dois estratégicos (as
unidades estaduais de Juazeiro do Norte e de Sobral). "A situação está
ficando insustentável porque o governo federal não repassou os recursos
devidos", disse Nascimento. "A insatisfação é geral". O
secretário Carlile Lavor, acompanhado de dois assessores técnicos, preferiu
anotar as demandas, queixas apresentadas e marcou para o próximo dia 3 de
fevereiro novo encontro a ser realizado na Escola de Saúde Pública do Ceará
para nova discussão e apresentação de propostas.
"O importante é que a discussão está evoluindo",
frisou Expedito Nascimento. "Mostramos que há distorções com cidades que
recebem mais recursos do que outras". Ainda de acordo com o presidente da
Aprece, o secretário Carlile Lavor revelou que, em princípio, é favorável ao
processo de que os hospitais polos passem para o governo do Estado, que iria
manter a gestão total dessas unidades, retirando encargos direto das
prefeituras. Outra discussão prevê que os hospitais sejam mantidos pelos
Consórcios Públicos de Saúde.
Recentemente, o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta,
tornou pública a intenção de devolver o Hospital Regional Pontes Neto para o
Estado. A informação foi confirmada pelo presidente da Aprece e pela secretária
adjunta da Saúde, Margarida Pimenta. "Estamos discutindo a situação, que é
grave, buscando alternativas. A devolução ao Estado é colocada como último
ato", confirmou Margarida Pimenta. "Se nada mudar, essa decisão será
tomada". Segundo Nascimento, a unidade de Quixeramobim tem despesas
mensais orçadas em R$ 1 milhão e só recebe do Estado R$ 230 mil.
Os gestores alegam despesas elevadas e receitas reduzidas em
uma conta que apresenta enormes dificuldades de fechamento. A população reclama
da falta de médicos, medicamentos e de atendimento especializado. A maioria dos
municípios encaminha os pacientes para os hospitais polos regionais e estes
fazem transferência para Fortaleza ou hospitais regionais implantados pelo
governo do Estado nas cidades de Juazeiro do Norte e em Sobral.
DIÁRIO DO NORDESTE - Honório Barbosa Colaborador
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