terça-feira, 20 de janeiro de 2015

MUNICÍPIOS ESPERAM SOLUÇÃO DO ESTADO PARA HOSPITAIS REGIONAIS

Iguatu Prefeitos e secretários de Saúde de cidades que têm hospitais polos de atendimento regional reuniram-se, ontem, pela manhã, na sede da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), com o secretário de Saúde do Estado, Carlile Lavor. O esforço comum é a busca de solução para resolver a crise financeira que se agravou nas unidades hospitalares. As despesas são elevadas e as receitas escassas, numa conta que não fecha e que traz enormes dificuldades para os gestores.

O presidente interino da Aprece, Expedito Nascimento, informou que o encontro foi bastante proveitoso e contou com a participação de representações de 17 municípios.

No Ceará, são 25 hospitais polos e dois estratégicos (as unidades estaduais de Juazeiro do Norte e de Sobral). "A situação está ficando insustentável porque o governo federal não repassou os recursos devidos", disse Nascimento. "A insatisfação é geral". O secretário Carlile Lavor, acompanhado de dois assessores técnicos, preferiu anotar as demandas, queixas apresentadas e marcou para o próximo dia 3 de fevereiro novo encontro a ser realizado na Escola de Saúde Pública do Ceará para nova discussão e apresentação de propostas.

"O importante é que a discussão está evoluindo", frisou Expedito Nascimento. "Mostramos que há distorções com cidades que recebem mais recursos do que outras". Ainda de acordo com o presidente da Aprece, o secretário Carlile Lavor revelou que, em princípio, é favorável ao processo de que os hospitais polos passem para o governo do Estado, que iria manter a gestão total dessas unidades, retirando encargos direto das prefeituras. Outra discussão prevê que os hospitais sejam mantidos pelos Consórcios Públicos de Saúde.

Recentemente, o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta, tornou pública a intenção de devolver o Hospital Regional Pontes Neto para o Estado. A informação foi confirmada pelo presidente da Aprece e pela secretária adjunta da Saúde, Margarida Pimenta. "Estamos discutindo a situação, que é grave, buscando alternativas. A devolução ao Estado é colocada como último ato", confirmou Margarida Pimenta. "Se nada mudar, essa decisão será tomada". Segundo Nascimento, a unidade de Quixeramobim tem despesas mensais orçadas em R$ 1 milhão e só recebe do Estado R$ 230 mil.

Os gestores alegam despesas elevadas e receitas reduzidas em uma conta que apresenta enormes dificuldades de fechamento. A população reclama da falta de médicos, medicamentos e de atendimento especializado. A maioria dos municípios encaminha os pacientes para os hospitais polos regionais e estes fazem transferência para Fortaleza ou hospitais regionais implantados pelo governo do Estado nas cidades de Juazeiro do Norte e em Sobral.


DIÁRIO DO NORDESTE - Honório Barbosa Colaborador

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