Canindé Este município foi o campeão em incidência de raios
nas chuvas dos últimos dias no Ceará. De sábado (21/02) até a última
segunda-feira, a Companhia Energética do Ceará (Coelce), registrou 2.479 raios
em todo o Estado. Os municípios com maior número de descargas atmosféricas
foram: Canindé, com 215; Paramoti, em segundo lugar, com 199; e Sobral, com
143.
De acordo com técnicos da Coelce, em 2015, foram
contabilizadas 14.184 descargas em todo o Estado. Quixeré liderou as
incidências de raios no Ceará, com 538 descargas; depois veio Granja, com 485;
e, em terceiro, Canindé, com 444. Em 2014, foram registradas 153.470 descargas
atmosféricas no Ceará. O Município de Granja foi o que registrou o maior número
de incidências, com 9.530.
Fatalidade
Na comunidade de Sangria, no município de Paramoti, a dona de
casa Maria do Socorro Bezerra, de 55 anos, perdeu o marido Francisco Amarildo
Bezerra Nunes, de 57 anos, por conta da descarga de um raio, em 2014. Ele
voltava do roçado com uma enxada nas costas e foi atingido. Morreu no mesmo
instante.
Segundo o técnico em eletricidade Jeová Freitas, raio é uma
descarga elétrica de grande intensidade que ocorre na atmosfera entre regiões
eletricamente carregadas, e pode dar-se tanto no interior de uma nuvem, como
entre nuvens ou também entre nuvem e terra.
"O raio vem sempre acompanhado do relâmpago (intensa
emissão de radiação eletromagnética também visível), e do trovão (som
estrondoso), além de outros fenômenos associados. Embora sejam mais frequentes
intra-nuvens e inter-nuvens, as descargas diretamente no solo, a transferirem
elétrons de nuvem para a terra (ou o contrário, conforme as polarizações
mútuas) são objeto de maior interesse prático para o homem. A maior parte ocorre
na zona tropical do planeta e principalmente sobre as terras emersas,
associados a fenômenos convectivos, dos quais, quando é intensa a atividade
elétrica, resultam as trovoadas'', explica Jeová.
Importância
O Especialista diz ainda que algumas teorias científicas
consideram que essas descargas elétricas podem ter sido fundamentais no
surgimento da vida, além de auxiliar na sua manutenção.
Na história humana, foi possivelmente a primeira fonte de
fogo, fundamental no processo da evolução. Desta forma, os raios despertaram
fascínio, sendo incorporado em inúmeras lendas e mitos representando o poder
dos deuses.
Pesquisas científicas posteriores revelaram sua natureza
elétrica e, desde então, as descargas têm sido alvo constante de monitoramento,
por sua associação com sistemas de tempestades.
Em razão da grande intensidade (tensões e correntes
elétricas), raios sempre são perigosos. Assim, edificações em geral, bem como
os sistemas de transmissão de energia, necessitam de sistemas de proteção, que
incluem os para-raios. Todavia, mesmo com as proteções (nem sempre são
projetadas ou construídas corretamente), os raios ainda deixam milhares de
mortos e feridos por todo o mundo.
Características
"Como fenômenos de alta energia, os raios manifestam-se
usualmente como um trajeto extremamente luminoso que percorre longas
distâncias, às vezes com ramificações. Contudo, existem formas exóticas, como o
raio globular, cuja natureza se desconhece, existindo somente relatos deste
fenômeno. A grande variação do campo elétrico das descargas na troposfera pode
dar origem a esses eventos luminosos na alta atmosfera", explica.
"São utilizados também métodos artificiais para criar descargas
atmosféricas com finalidade científica. Em outros planetas do sistema solar
também ocorrem raios, especialmente em Júpiter e Saturno'', conclui.
Saiba mais
Como se proteger
- Evitar o uso do celular, secador de cabelo e ferro
elétrico, ligados à tomada
- Evitar uso de chuveiro ou torneira elétrica
- Evitar consertos de instalações elétricas
- Se possível, permanecer dentro de casa enquanto a
tempestade durar.
Cuidados fora de casa
- Evitar contato com objetos metálicos, como cercas de arame,
tubos metálicos e, principalmente, linhas telefônicas ou elétricas
- Evitar ficar em locais como campos abertos, piscinas,
lagos, praias, árvores isoladas, postes e locais elevados
Diário do Nordeste - Antônio Carlos Alves Colaborador
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