Estudos divulgados pela Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos (Funceme), durante a tarde de ontem, apontam que existem 50%
de chance da quadra chuva, entre os meses de março, abril e maio, ser abaixo da
média histórica. Isso é resultado da pouca mudança, em fevereiro, da
temperatura atmosférica dos oceanos Pacífico e Atlântico, o que indica um
enfraquecimento das precipitações no Estado.
> Chove em 130 municípios do Ceará
A expectativa de que chova em uma quantidade esperada para
esse período do ano é de 35%, já para que as precipitações sejam acima do
estimado são de, apenas, 15%. "As chuvas aqui no Ceará dependem da
temperatura atmosférica, principalmente do Oceano Atlântico, do Trópico Sul e
do Norte. Precisamos que o Trópico Sul se aqueça mais que o norte para que a
Zona de Convergência Intertropical ocorra bem", explica o meteorologista
da Funceme, Leonardo Valente.
Mas, ainda segundo o estudioso, não se pode afirmar com
certeza o que ocorrerá durante essa época. "O fato da maior probabilidade
ser que não atinja a média não significa que as precipitações não possam
acontecer. Afinal, estamos no período mais chuvoso do ano", assegura.
A média histórica de precipitações acumuladas no Estado entre
os meses de março, abril e maio é de 480,3mm. As médias de cada um dos próximos
três meses são 206,2mm, 184,3mm e 89,9m, respectivamente.
"O último período chuvoso que foi acima da média
histórica foi em 2009. Em 2010, o resultado foi 50% abaixo da expectativa; 2011
conseguiu ultrapassar a média em 8,5%; nos anos de 2012, 2013 e 2014 foram
inferiores ao esperado", lembra o meteorologista.
Seca
Por se tratar do quarto ano consecutivo de seca, as chuvas
contabilizadas em 2015 pela Funceme apresentam índices preocupantes e que podem
agravar a situação. Em janeiro, quando a média é 98,7mm, choveu somente 28,6mm.
Em fevereiro, a expectativa é de 127,1mm e choveu, até hoje, 52,4mm,
ressaltando que ainda faltam oito dias para terminar o mês.
A análise mostra também que as precipitações no centro sul do
Estado tendem a ficar mais próximas da média histórica, enquanto na metade
norte a tendência são índices mais baixos de chuva no acumulado do trimestre.
Segundo o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins,
existem fortes chances que a Zona de Convergência Intertropical, principal
causadora das precipitações da região, não atue por aqui. Por isso, a
possibilidade do impacto ser negativo nas quadras chuvosas aumenta.
Apesar das chuvas registradas em várias regiões do Ceará, as
condições termodinâmicas dos oceanos Pacífico e Atlântico não sofreram
relevantes alterações em fevereiro e, dessa forma, permanecem desfavoráveis
para precipitações regulares no Estado entre os meses durante o próximo
trimestre.
Diário do Nordeste - Ana Beatriz Vieira Especial para Cidade
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