Já somam mais de 40 os caminhões parados no quilômetro 213 da
BR-116, no limite das cidades de Limoeiro e Tabuleiro do Norte, interior do
Ceará. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF-CE), o protesto é pacífico.
Agentes e caminhoneiros tentam negociar a retirada dos veículos.
Estradas de terra e terrenos próximos estão sendo usados como
pátio de estacionamento para alguns caminhoneiros. Mas a maior parte está
enfileirada em uma das faixas da via. A PRF-CE pede que os motoristas evitem
passar pelo local, usando as CE-40 e CE-35 como rotas alternativas.
Manhã
O protesto da categoria no Ceará começou na terça-feira (24),
bloqueando um dos principais acessos a Fortaleza. Na manhã desta quinta-feira ,
os profissionais autônomos que ocupavam a BR-116, no município do Eusébio,
foram notificados de que a Justiça Federal no Ceará determinou a desobstrução
da via na tarde de quarta-feira (25). Mas, quatro horas depois, por volta de
14h, começaram um novo bloqueio em Limoeiro do Norte.
O protesto
O protesto dos caminhoneiros autônomos na BR-116, em
Fortaleza, começou por volta das 16 horas da
terça-feira, quando cerca de 60 motoristas, principalmente os que
chegaram de outros estados, ocuparam os acostamentos do km 12 da rodovia,
importante acesso à capital cearense, já que a BR liga o Ceará ao Rio Grande do
Sul. Na quarta, o protesto cresceu e a fila de caminhões chegou a cerca de 5 km
de cada sentido. Do quilômetro 12 até o 15, o G1 contou mais de 1.300 caminhões
parados.
Além de exigirem a redução do preço do combustível, os
caminhoneiros reivindicam ainda o aumento do frete e valores recebidos conforme
a carga e a distância da viagem feita por eles.
O caminhoneiro Adilson da Rocha, 52 anos, estava estacionado
debaixo da Avenida Quarto Anel Viário, no Bairro Pedras, em Fortaleza, desde
16h de terça-feira (24). Segundo ele, a carga de cerâmica já havia sido
descarregada, mas mesmo assim, ele diz que terá prejuízos.
"O prejuízo já começou desde que eu parei aqui. A sorte
é que a cerâmica que veio de Tambaú em São Paulo já foi entregue. A cada dia
parados, nós perdemos dinheiro, mas acho a paralisação uma forma correta de
protestar, pois não podemos trabalhar com os preços do diesel dessa forma. Os
preços estão altos e é preciso o governo tomar uma providência”, afirmou.
O caminhoneiro baiano Claudimar Rosa que entregou nesta
terça-feira uma carga de coco de Barreiras (BA) para Paraipaba, a 94 Km de
Fortaleza. “Tive sorte como muitos de já ter conseguido entregar a carga. No
entanto, estou parado aqui e já era para estar hoje à noite (quarta-feira) em
Barreiras. Pegar outra carga e voltar para cá. Faço várias viagens para poder
aumentar o lucro. O valor do frete que recebemos conforme a carga e a distância
da viagem é baixa, diminuiu, devido o valor do combustível. Vivemos hoje com
apenas 20% do frete”, disse. Ainda segundo Claudimar Rosa a cada dois dias
parados ele perde algo em torno de R$ 3 mil.
Reivindicações
Em reunião em Brasília, o Governo Federal se comprometeu a
sancionar sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, aprovada pela Câmara no dia 11, e
a não reajustar o preço do diesel nos próximos seis meses, em contrapartida,
exigiu a liberação imediata de todas as estradas.
Do G1 CE
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