Em nossa querida Orós, de acordo com seu Dantas o homem da voz da liberdade a chuva de ontem 23/03 foi de 20 milímetros e a de ontem para hoje 24/03 foi de 11 milímetros. Seu Dantas a muitos anos tem o pluviômetro (equipamento que mede os milímetros da chuva), em nossa cidade temos alguns desses equipamentos em vários pontos.
Quixadá. Cinco dias após as comemorações em homenagem a São
José, padroeiro do Ceará, as preces dos devotos demonstram finalmente serem
atendidas. Com as nuvens carregadas, cobrindo todo o Estado com mais
frequência, o número de lavouras está começando a se multiplicar no campo. Quem
vive nas comunidades rurais comemora e está acordando cedo para brocar a terra
e cuidar do roçado. Para quem tem fé, o santo protetor está contrariando as
previsões pessimistas sobre a quadra chuvosa.
Na região Centro-Sul, os agricultores voltaram ao campo para
o cultivo de subsistência, milho e feijão. Em algumas áreas, os pés já brotaram
e cresceram com as últimas chuvas que banham o sertão cearense. Na localidade
de Baú, o agricultor Raimundo Vieira de Brito fez o plantio de quatro hectares
de milho consorciado com feijão, no inicio deste mês, mas no último dia 19,
data em que se comemora São José, plantou mais um hectare. "Estou animado
com o crescimento da lavoura e espero que as chuvas não faltem e terei uma boa
safra", disse.
O agricultor, Francisco Barbosa de Oliveira, mais conhecido
por Nena, plantou seis hectares de milho e dois de feijão. "No ano
passado, só colhi um quarto da safra, mas, neste ano, estou esperançoso de que
a chuva vai ser boa para a agricultura", disse. "Tenho fé de que não
terei prejuízo. Quem plantou vai ter safra garantida". Em alguns
municípios da região, a falta de chuva nos últimos oito dias já preocupava os
produtores rurais. "As chuvas estão irregulares, localizadas", disse
o agricultor, Paulino Bezerra. "Acredito que até o fim deste mês e em
abril teremos boas chuvas".
Estragos
Apesar da alegria com as mudanças pluviométricas favoráveis
aos agricultores, em algumas áreas urbanas, como Quixadá, embora bem-vinda, a
chuva começou a trazer transtornos. Pouco mais de meia-hora e cerca de 82 mm
foram suficientes para deixar várias áreas residenciais alagadas. Moradores da
Avenida José Caetano, onde o problema do escoamento das águas pluviais se
arrasta há décadas, voltaram a reclamar. Mais uma vez o terminal rodoviário e
as ruas do entorno ficaram alagadas.
Noutro ponto da Cidade, onde estão localizadas a unidade
regional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), um posto de saúde
e a residência universitária da Faculdade de Educação Ciências e Letras do
Sertão Central (Feclesc), a rua ficou intrafegável por algumas horas. As viaturas
do Samu não puderam adentrar na unidade, e os vizinhos, 20 estudantes da
residência coletiva da Feclesc, foram obrigados a saírem às pressas.
Rapidamente a água invadiu os cômodos, contou a estudante Rayane Fernandes. Ela
aproveitou para solicitar à Prefeitura de Quixadá a limpeza dos bueiros, a fim
de evitar mais transtornos e prejuízos com as próximas chuvas.
A titular da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio
Ambiente (Seduma), Verônica Costa, justificou terem sido realizados serviços de
limpeza nas valas e galerias pluviais das áreas consideradas críticas.
As chuvas caídas durante o último fim de semana também
trouxeram transtornos e aborrecimentos para milhares de pessoas que residem em
pontos críticos de Juazeiro do Norte, na região do Cariri. Por causa do lixo
acumulado em bueiros e bocas de lobo, bem como devido à falta de sistemas de
drenagem na maioria dos bairros periféricos de Juazeiro do Norte dezenas de
ruas ficaram alagadas durante a madrugada de sábado para domingo e de domingo
para segunda-feira.
Na Avenida Padre Cícero, que liga o município à cidade de
Crato, houve congestionamento de veículos devido ao surgimento de uma
verdadeira "lagoa" nas imediações da fábrica Singer. Os motoristas
que tentaram atravessar o local tiveram seus veículos invadidos pelas águas.
Nos bairros Tiradentes, São José, Novo Juazeiro, Betolândia
Lagoa Seca e em alguns pontos do Centro, a força das águas acabou destruindo
parte da pista de rolamento. Calçadas também acabaram danificadas. Em muitas
vias públicas surgiram buracos de grandes proporções. Um trecho da Avenida
Aílton Gomes, nas proximidades do Mercado do Pirajá, ficou tomado por pedras
trazidas pelas chuvas.
"Qualquer chuva que caia em Juazeiro do Norte acaba
prejudicando a vida da população. A cidade, na verdade, mais parece uma
pastilha de Sonrisal. Começa a chover e ela se desfaz imediatamente",
ironizou o comerciante Francisco das Chagas Soares, que teve seu
estabelecimento invadido pelas águas que retornaram de um bueiro próximo.
Deslizamentos
As chuvas também foram apontadas, por moradores de Itapajé,
na região Norte, como responsáveis pelo desmoronamento de pedras em trecho da
BR-222. O fato ocorreu entre os quilômetros 117 e 119. O trecho, que atualmente
passa por reformas de alargamento e aprofundamento, passou por uma série de
explosões, necessárias à execução da obra realizada pelo Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Após uma forte chuva ocorrida na
madrugada do domingo (22), as pedras rolaram para a pista, interditando parte
da via, no sentido Fortaleza-Sobral.
Osmar Bastos, que sempre trafega pelo local, se diz
preocupado, porque "isso se tornou um risco para quem passa por aqui.
Existe o temor que numa precipitação maior de chuva venha a acontecer uma queda
maior de pedras nesse trecho", disse.
De acordo com Robert Alexandre de Sousa, encarregado da obra,
"logo no domingo foram tomadas todas as providências. O espaço foi logo
desobstruído, as pedras retiradas, e nesta segunda-feira, colocamos uma equipe
completa para o trabalho. A empresa, que presta esse serviço para o DNIT, vai
seguir com o monitoramento. Só não posso garantir que mais desmoronamentos não
ocorram, até por conta das chuvas que têm caído na região", afirmou.
De acordo com o DNIT, em nota "o bloqueio da via durou
pouco tempo. A empresa contratada segue realizando os serviços necessários para
que seja garantida a segurança no local. Também foram providenciadas
sinalizações verticais de advertência (Perigo de Deslizamento de Rocha). Os técnicos
estão analisando a causa do fenômeno ocorrido para evitar futuros transtornos.
Uma equipe de geólogos já está sendo enviada ao local para realizar estudos.
DIÁRIO DO NORDESTE - Alex Pimentel / Sucursais Colaborador
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