Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta
segunda-feira (13) apontou que o número de óbitos por dengue registrados no
Ceará neste ano subiu para cinco, dois a mais do que o total contabilizado no
último boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), publicado no dia 10
deste mês. Os dados do Governo Federal são referentes à Semana Epidemiológica
12 e envolvem o período de 4 de janeiro a 28 de março. No levantamento, a Pasta
revelou, ainda, que o Estado tem a maior quantidade de ocorrências de dengue
grave e de dengue com sinais de alarme de todo o Nordeste.
Segundo o Ministério, das cinco mortes, três ocorreram entre
pessoas que contraíram dengue grave e dois em casos de dengue com sinais de
alarme. O órgão não informou em quais municípios aconteceram os óbitos. Apesar
do aumento em relação aos dados da Sesa, o número mostra redução se comparado
ao do mesmo período de 2014, quando, conforme o balanço, foram registradas nove
mortes.
Até 28 de março, o Ministério da Saúde contabilizou dez casos
de dengue grave, um a menos que no ano passado. Já as ocorrências de dengue com
sinais de alarme triplicaram em relação a 2014. Passaram de 22 para 67, neste
ano. Com isso, o Ceará lidera o ranking nordestino de registro das duas
modalidades da doença mais perigosas.
Ivo Castelo Branco, epidemiologista e coordenador do Núcleo
de Medicina Tropical da Universidade Federal do Ceará (UFC), afirma que a
quantidade de registros até o momento é alta, mas ainda pode ser considerada
normal para os padrões cearenses. Segundo ele, a maior preocupação deve ser com
a incidência da doença. Quando há mais de 300 casos para cada 100 mil
habitantes, a situação é tida como grave. No Ceará, de acordo com o balanço, a
incidência é de 117,7 casos para cada 100 mil habitantes. O aumento de
ocorrências, conforme o epidemiologista, é, em parte, resultado da falta de
cuidado com o armazenamento de água.
Divergências
O levantamento do Ministério contemplou somente notificações
de dengue no Estado, e não o total de casos confirmados. Até 28 de março deste
ano, conforme a Pasta, foram notificadas 10.407 suspeitas da doença.
O último boletim da Sesa apontou 3.590 diagnósticos, no
período de 4 janeiro a 11 de abril. Mesmo compreendendo um intervalo de tempo
maior, as informações da Secretaria sobre óbitos por dengue divergiram das
apresentadas pelo Governo Federal. O relatório estadual aponta apenas três
mortes.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, a
disparidade pode ter ocorrido devido a diferenças nas datas de pesquisa do
números nos sistemas de dados. Conforme a Pasta, as informações contidas no
balanço foram captadas na segunda-feira (13), portanto, estão atualizadas. O
coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Márcio Garcia, reafirma que
os dados oficiais da Sesa confirmam apenas três óbitos, mas existem outros em
investigação.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que repassou R$ 150
milhões em verbas a municípios e estados para intensificar medidas de
vigilância, prevenção e controle da dengue.
DIÁRIO DO NORDESTE - Vanessa Madeira Repórter
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