Optar por marcas mais baratas, reduzir as alimentações fora
de casa e pesquisar mais antes de adquirir produtos são algumas estratégias
utilizadas pelos consumidores, especialmente da classe C, para manter o padrão
de consumo alcançado nos últimos anos, diante do momento econômico delicado
enfrentado pelo País. A conclusão é do estudo Mudanças do Mercado Brasileiro,
realizado pela Nielsen, que revelou, ainda, que 64% dos brasileiros estão
diminuindo também o lazer fora de casa para economizar.
Ainda de acordo com o levantamento, que colheu dados em todo
o País, 13% dos consumidores estão economizando para saldar dívidas atrasadas.
"Nos últimos períodos, o consumidor da classe C se
endividou com financiamento imobiliário e de automóveis, e se acostumou a
gastar mais do que ganhava. Hoje, ele vem buscando equilíbrio, porque está numa
situação de endividamento, mas não quer perder a ascensão social que
alcançou", explica o analista de mercado da Nielsen, Marco Antonio Giorgi.
Alternativas
Segundo o analista, quando se trata de bens de consumo não
duráveis, os consumidores costumam ser mais resistentes na hora de "dar um
passo para trás", por isso, muitos deles preferem, por exemplo, reduzir as
refeições fora de casa do que deixar de comprar produtos de marcas consideradas
de melhor padrão. "Primeiro, o consumidor vai buscar alternativas mais
baratas dentro da própria marca, como embalagens maiores. Somente depois disso
é que ele vai pensar em mudar a marca ou deixar de consumir o produto",
descreve o analista de mercado.
Menor preço
Essa busca pelo menor preço puxou, também, o crescimento dos
atacarejos, acrescenta Giorgi, que costumam trazer mais ofertas e custos
menores. Em 2014, de acordo com levantamento realizado pela Nielsen, esse canal
de compras ganhou 47 lojas no Brasil, passando a atender mais 1,4 milhão de
lares.
Nordeste
"Esse canal se concentra no Nordeste e no Estado de São
Paulo, mas tem se desenvolvido também em outras regiões", completa o
analista da Nielsen.
O maior planejamento das compras foi outra consequência dessa
tentativa de economizar, aponta o estudo: o número de visitas ao ponto-de-venda
caiu 4,7% no ano passado. Já o tíquete médio cresceu 5,6% em 2014, indicando,
portanto, que o consumidor vai menos vezes à loja, mas gasta mais a cada
visita. "Essas compras grandes beneficiam os atacarejos", reforça
Giorgi.
Oportunidades
Para 2015, apesar do cenário desfavorável para o consumo, o
analista garante que existem, sim, oportunidades para alavancar os negócios.
"A mensagem que temos, no momento, para a indústria
varejista é oferecer propostas de valor para o cliente, para que tenha continue
consumindo marcas sofisticadas de forma econômica", indica o especialista.
DIÁRIO DO NORDESTE - Jéssica Colaço Repórter
Nenhum comentário:
Postar um comentário