O Ceará sofreu um corte de R$
8,87 bilhões nos recursos destinados ao Estado, por meio do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC 2). De acordo com o último levantamento estadual
do programa, divulgado na semana passada, pelo Ministério do Planejamento, os
investimentos em território cearense somam, agora, R$ 69,63 bilhões, sendo R$
40,60 bilhões destinados a aplicação, a partir deste ano de 2015.
No balanço anterior, publicado em
novembro passado, o Ceará contava com R$ 78,50 bilhões, volume que teve redução
de 11,2%, para o novo relatório. O decréscimo foi basicamente no eixo Energia,
com cortes que chegaram a R$ 11,64 bilhões nas aplicações pós-2014. O
resultado, contudo, foi amenizado com alguns acréscimos em outros eixos do
programa, como o Cidade Melhor.
Energia
No eixo Energia, que é o que
concentra o maior volume de investimentos, o contingenciamento se deu no setor
de petróleo e gás.
No balanço anterior, o governo
federal destinava R$ 14,71 bilhões para o desenvolvimento da produção
petrolífera no Estado, no período posterior a 2014. Agora, conforme o
documento, o valor destinado a essa ação despencou para R$ 2,20 bilhões, sendo
este o principal corte do programa ao Ceará.
Premium II
Também é neste eixo que está
incluída a refinaria Premium II. O novo levantamento mantém o projeto, mesmo
após a Petrobras ter informado, durante a divulgação de seu último balanço
trimestral, em janeiro passado, da sua desistência na instalação da usina no
Estado.
No documento do PAC, a usina é
apontada como em "ação preparatória", mas não discrimina qual o
volume de recursos para o empreendimento, da mesma forma como acontecia no
balanço de novembro passado.
Todavia, o documento aponta uma
reserva de R$ 22,57 bilhões para a área de petróleo e gás, que possui apenas
três projetos. Fora o desenvolvimento da produção de petróleo, há outros R$
124,2 milhões para a construção do gasoduto Gasfor II, o que deixaria um saldo
de R$ 20,24 bilhões, que seriam, portanto, para a refinaria.
Desta forma, se for considerado o
fim do projeto da unidade de refino, pelo qual o governo estadual ainda briga,
o enxugamento nos investimentos no Ceará chegaria a R$ 29,11 bilhões, uma
redução de 37%, sobre o balanço anterior.
Aplicações
No período de 2011 a 2014, o
balanço aponta que foram aplicados no Estado R$ 29,03 bilhões, montante que
concentra 41% dos investimentos reservados no PAC 2, ao Estado.
Para aplicações a partir deste
intervalo, o programa destina R$ 4 bilhões para o eixo de Transportes, com
destaque para a ferrovia Nova Transnordestina, que tem R$ 2,72 bilhões. A
reforma e ampliação do Aeroporto Internacional Pinto Martins, obra que deveria
estar pronta para a Copa do Mundo de 2014, mas que acumula atrasos, tem outros
R$ 370 milhões.
O eixo Água e Luz pra Todos tem
R$ 3,75 bilhões para o pós-2014, com destaque para o trecho I do Cinturão das
Águas, com R$ 830 milhões, e para a Transposição do Rio São Francisco, cujos
recursos não estão discriminados por completo.
Nordeste
O Ceará é o 3º estado do Nordeste
em volume de investimentos do PAC 2, atrás da Bahia (R$ 105,5 bilhões) e de
Pernambuco (R$ 96,7 bilhões). Caso retirados os recursos da refinaria, o Ceará
perderia, em montante de recursos, ainda para o Rio Grande do Norte (R$ 66,5
bilhões) e Sergipe (R$ 60,7 bilhões).
DIÁRIO DO NORDESTE - Sérgio de
Sousa Repórter
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