Um jovem de 23 anos foi preso sob a acusação de matar a
ex-companheira com 18 golpes de faca, há uma semana, no bairro Guararapes, na
Capital. Por ciúmes, Francisco Dene Bezerra Silva teria assassinado Nayra
Denise de Lima Fabrício, 22, com quem tinha um filho de apenas dois meses.
Indiciado por homicídio duplamente qualificado e já enquadrado na Lei do
Feminicídio, o jovem foi preso na tarde da última quinta-feira, no Bairro de
Fátima. Segundo a Polícia, Dene já tinha histórico de violência contra a
mulher.
O crime ocorreu no sábado, 18. Nayra, que já não mantinha
relacionamento com Dene, foi até a residência de dele para que o jovem pudesse
passar o dia com o filho. Porém, eles acabaram brigando por conta de uma
mensagem de celular que ela recebeu.
“Na ocasião da visita, eles passaram a tarde e noite
discutindo. Até que ele saiu pra pegar uma quentinha na casa do pai. Quando
voltou, viu que ela estava teclando no celular e tomou o aparelho. Ela tinha
recebido uma mensagem de um homem perguntando quando eles se veriam de novo.
Isso o teria deixado revoltado”, detalhou o delegado Leonardo Barreto, da
Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo Barreto, o jovem utilizou uma faca “serrinha” de
cozinha para golpear a vítima, na região do abdômen. Após o crime, ele teria se
escondido nos arredores da casa e não foi percebido pelos policiais, conforme o
delegado. O jovem, porém, acabou sendo preso por conta de um mandado de prisão
preventiva expedido pela 4ª Vara do Júri de Fortaleza. Ainda segundo do
delegado, os próprios familiares de Dene teriam atribuído o crime a ele.
Histórico
Dene Bezerra já respondia por uma lesão corporal dolosa
cometida contra uma ex-companheira, em 2009. Em 2011, ele foi preso por cometer
um furto. Já em 2014, ele foi indiciado por incêndio criminoso, pois teria
tocado fogo na casa de outra ex-companheira, também por ciúmes.
De acordo com Leonardo Barreto, o caso de Dene Bezerra é um
dos primeiros em que um suspeito foi denunciado com base na Lei do Feminicídio,
cuja pena varia de 12 a 30 anos. Além disso, a pena pode ser agravada em um
terço até a metade se o crime for praticado durante a gestação ou nos três
meses posteriores ao parto, o que era o caso de Nayra.
Sancionado no último mês de março, o feminicídio transformou
o crime de gênero em hediondo, cuja pena inicial tem que ser cumprida
necessariamente em regime fechado. Já a progressão de regime leva mais tempo do
que no homicídio, em que a pena varia de 6 a 20 anos.
O POVO
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