O Banco Central informou nesta sexta-feira (5) que os
brasileiros retiraram R$ 3,199 bilhões a mais do que depositaram na poupança
durante o mês de maio. Esse é o quinto mês consecutivo de resultado negativo em
2015 e trata-se da menor captação para o mês de maio desde o início da série
histórica do BC, iniciada em 1995. Antes, o recorde pertencia a maio de 2003,
quando a poupança ficou com saldo negativo de R$ 1,626 bilhão.
O número veio melhor do que o apresentado em abril, quando o
resultado tinha sido negativo em R$ 5,85 bilhões. Porém, foi pior que o
registrado em maio do ano passado, quando o resultado tinha sido positivo em R$
2,27 bilhões. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2015, a poupança está
com total de R$ 32,28 bilhões negativos.
Desemprego, inflação elevada e endividamento das famílias são
os principais motivos para os desfalques na caderneta de poupança. Além disso,
com a taxa Selic mais alta, esse tipo de investimento perde atratividade para
outros, como o Tesouro Direto.
Pela regra atual, quando a taxa Selic está maior que 8,5% ao
ano, a poupança rende 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial (TR). Essa fórmula
está em vigor desde o fim de agosto de 2013, quando a Selic ultrapassou o
patamar de 8,5%. Quando os juros básicos da economia estão iguais ou inferiores
a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a TR.
Na última quarta-feira (3), o (Copom) Comitê de Política
Monetária elevou pela sexta vez consecutiva a taxa básica de juros da economia,
atualmente fixada em 13,75% ao ano.
Em maio, os saques na poupança somaram R$ 156,43 bilhões,
contra R$ 153,23 bilhões em depósitos. O valor total nas contas dos poupadores
ficou em R$ 648,77 bilhões e o volume dos rendimentos creditados aos
investidores alcançou R$ 3,662 bilhões. Do saldo das cadernetas de poupança em
abril, R$ 507,7 bilhões pertencem ao Sistema Brasileiro de Poupança e
Empréstimos (SBPE) e R$ 141,068 bilhões à poupança rural.
CRÉDITO IMOBILIÁRIO
Cerca de 65% dos recursos investidos na poupança pelos
brasileiros deve ser aplicados pelos bancos em financiamento imobiliário. Por
isso, menos recursos na poupança significa mais dificuldade para financiar a
casa própria.
A Caixa Econômica Federal, principal responsável por financiamentos
imobiliários, com cerca de três quartos do mercado, tem elevado juros e
apertado as condições de financiamento para a casa própria.
Com a queda de recursos na poupança, a Caixa tornou mais
difícil financiar imóveis usados. O banco agora financia no máximo 50% do valor
do imóvel usado de até R$ 750 mil; antes, financiava até 80% do imóvel. Para os
imóveis acima de R$ 750 mil, o banco público reduziu o valor máximo de
financiamento de 70% para 40%.
FOLHAPRESS
Nenhum comentário:
Postar um comentário