Abaixo segue a íntegra que Danilo Forte concedeu após se
reunir com a cúpula nacional e estadual do PSB junto com o deputado estadual
Heitor Férrer.
Em encontro com a direção nacional e estadual do PSB nesta
sexta-feira, 28, em Brasília, o deputado federal Danilo Forte anunciou que está
de saída da sua atual legenda, o PMDB, e pronto para se filiar ao Partido
Socialista Brasileiro. “Eu acho que isso vai ser bom, inclusive, para oxigenar
a política cearense”, disse.
De acordo com o parlamentar cearense, faltam apenas questões
burocráticas para ele se filiar ao partido do ex-governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, falecido em agosto de 2014 num trágico acidente aéreo que
comoveu o País. Reunido com Carlos Siqueira e Sérgio Novais, responsáveis pelos
diretórios nacional e estadual dos socialistas, Danilo Forte mostrou confiança,
ainda, na filiação do deputado estadual Heitor Férrer a legenda. Férrer participou
da reunião onde recebeu o convite oficial do PSB.
“(Faltam apenas) as questões burocráticas. Temos que
construir o desligamento com os partidos de forma saudável para que não haja,
inclusive, depois nenhum se não ou algum questionamento do ponto de vista de
perseguição. Eu não acredito que nem PMDB, nem PDT, que têm compromissos
democráticos vão querer buscar ou macular uma transição democrática como essa,
buscando questionar juridicamente algum princípio que possa ferir a questão da
mudança partidária”, falou Danilo.
“Isso será construído com muito diálogo. Até porque a
política é, como já dizia o Gonzaga Mota (ex-governador do Ceará na década de
80), dinâmica. Ela pode separar e pode juntar. Então eu acho que por isso mesmo
a gente não pode atropelar os fatos. E a gente chega num partido que tem uma história
consolidada, que tem um perfil de retidão com a história do Brasil, que tem uma
projeção e um projeto de futuro progressista no que diz respeito às relações
sociais e democráticas e participativas”, complementou.
Luta pelo fim do patrimonialismo
Danilo forte afirmou também que um dos motivos que fizeram
estar de saída do PMDB rumo ao PSB foi a luta de formar um partido tem como
intuito aprofundar o processo de democratização “e romper com este sentimento
patrimonialista e oligárquico que a grande maioria que os partidos têm”.
“A companhia do Heitor é uma companhia saudável,
saudabilíssima pela história que ele teve a vida toda tanto como vereador de
Fortaleza, como deputado estadual. Sem sombras de dúvidas um dos melhores
quadros da política do Estado do Ceará. E nesta companhia a gente vai ter
condições de caminhar bem pelo Estado do Ceará e se Deus quiser formar um
grande partido”, emendou.
Íntegra da entrevista
Abaixo segue a íntegra que Danilo Forte concedeu após se
reunir com a cúpula nacional e estadual do PSB junto com o deputado estadual
Heitor Férrer, pré-candidato a prefeitura de Fortaleza.
Repórter: Então, deputado, você vai aceitar o convite do PSB?
Danilo Forte: Eu acho que é um momento novo na política
nacional e na política local. Eu acho que essa bipolaridade que foi construída
e está sendo superada pelos fatos diante de um quadro de uma economia muito
fragilizada, diante da perspectiva da construção do novo, de uma interação
maior que o Poder e que as pessoas comuns, famílias que residem em Fortaleza,
no Ceará e no Brasil, que precisam se reencontrar dentro de um projeto novo, eu
acho que o PSB traz tantos sonhos do passado e me reencontro com eles aqui, da
minha juventude, de quando tínhamos a ideia de construir uma sociedade mais participativa,
mais comunitária, mais socializada no que diz respeito a possibilidade do
avanço, inclusive, nas conquistas sociais. E por outro lado também a maturidade
e experiência vivida por um partido que já governou vários Estados do Brasil,
administra grandes cidades como Belo Horizonte (MG), Recife (PE), que a gente
pode nos espelhar na construção do novo na gestão pública. Eu fico muito feliz
com o convite que me foi feito pela presidência do partido. Já estou
trabalhando, inclusive, essa mudança. Por que acho se abre um leque, uma
perspectiva nova tanto da política local, como para a política nacional,
fugindo e saindo do patrimonialismo, do poder oligárquico tão inserido na
política local e que a gente precisa romper com isso. E, ao mesmo tempo, criando
e construindo novas alternativas que entendam o momento político do Ceará e do
Brasil. Então eu fico feliz. Estamos trabalhando já neste processo. Acredito
que é o novo para a política do Ceará e para a política brasileira e acho que a
gente tem condições de consolidar rapidamente estas mudanças, até porque a
gente precisa preparar já o pleito de 2016.
Repórter: Você sai descontente com o seu partido atual, PMDB?
Danilo Forte: Não é um descontentamento. Eu acho que é uma
superação de um momento. O PMDB tem vários momentos importantes e cíclicos da
história do Brasil e que teve uma presença muito importante tanto no processo
da redemocratização, na qual todos nós fizemos parte e o PSB também, como no
processo da constituinte cidadã que deu e elevou a cidadania brasileira a um
novo patamar de conhecimento, de participação e de reconhecimento enquanto
nação. E também agora num momento crítico da vida nacional, o PMDB é chamado
também a construir uma alternativa ao modelo que está aí. Eu não posso negar toda
história num partido como o PMDB. Acontece que dentro deste quadro, é
necessário avançar. Avançar para garantir as conquistas sociais, avançar para
se ter uma maior integração na participação popular dentro deste projeto e, ao
mesmo tempo, garantir que àquilo que foi colocado no discurso na praça pública
seja efetivamente executado. Não adianta só o poder pelo poder. É necessário
que este poder tenha compromisso com as mudanças num Estado como o do Ceará, um
Estado pobre, que precisa dos investimentos, e que foi prometida muita coisa
agora com relação a este momento de estiagem, seca, que nós estamos vivendo e
nada disso foi realizado. Então as palavras não se podem perder ao vento. E
acho que dentro do projeto que nós estamos abraçando agora, a gente tem
condições de ter mais uma postura de atitude concreta, uma postura capaz do que
for falado ser cumprido com uma maior prontidão. E, ao mesmo tempo,
incorporando todos que desejam participar deste projeto não individualizando,
não personalizando, como é muito comum na política cearense.
Repórter: Você tem se sentido desconfortável (no PMDB)?
Danilo Forte: Eu acho que a gente precisa sempre estar aberto
ao novo. Eu acho que a postura política nossa tem que estar voltada a
construção do futuro. Eu acho que o passado é importante pelo aprendizado, é
importante pelo acúmulo que a gente tem de experiência focado na construção do
futuro. E, neste momento, o projeto do PSB tem uma proposta de um futuro melhor
do que se manter no estado que a gente está atualmente.
Repórter: A intenção é sair candidato em Caucaia pelo PSB?
Danilo Forte: Pode ser, pode não ser. Eu acho que nós estamos
aberto ao debate. Eu acho que o importante é que se tenha o debate. Eu acho que
o importante é que se tenha o debate, que a gente possa ter um projeto capaz de
mudar a forma de fazer política no Estado do Ceará. Posso ser candidato da
Caucaia, sim. Mas se Caucaia me receber dentro da possibilidade de construir
algo novo e estamos discutindo isso em Caucaia, como também vou me incorporar
ao projeto do Heitor Férrer de Fortaleza que é o que há de novo na política do
Estado do Ceará.
Revista Central
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