sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Greve do INSS frustra população que precisa de atendimento em Fortaleza

Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) seguem em paralisação e sem previsão para retomar as atividades. Em greve desde o dia 7 de julho, os servidores completam 57 dias sem trabalhar. Enquanto isso, em Fortaleza, a população que procura atendimento, volta para casa sem solucionar seus problemas. A categoria pede concurso público, melhores condições de trabalho e incorporação da gratificação ao vencimento básico no salário.

Foi caso, por exemplo, do aposentado José Augusto da Silva, de 53 anos, que todos os meses precisa vir ao INSS para pegar a autorização para sacar a aposentadoria. “Vim receber o papelzinho pra eu poder ir no banco, com o total do dinheiro. Mas aí eles não deram, não. Disseram que não está funcionando o atendimento aqui. Todos os meses eu passo por aqui para pegar o papel para receber, dessa vez vou ficar sem”, disse Silva que usa uma begala para auxiliar a locomoção.

Já José Teógenes está preocupado com a situação dos empréstimos consignados. “Eu vim colher  uma informação a respeito dos empréstimos consignados que eu tenho e agente fica meio desorientado. Então, eu queria ver como estava a situação, mas não consegui atendimento porque estão em greve. (…) Tem muita gente que vai se prejudicar", disse ele que, assim como José augusto silva, tentou atendimento na agência localizada no Centro de Fortaleza.

Greve dos peritos

Segundo a diretora da secretária administrativa e finanças do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho Previdência Social no Estado do Ceará (Sinprece), Carmen Lúcia Marques, a paralisação da atividade ganha força com a paralisação dos médicos peritos, que pode começar ainda nesta sexta-feira (4).
"Sem os médicos peritos, o grande impacto será sobre a concessão e a renovação de benefícios por incapacidade, como auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez". Carmem Lúcia reforça que 95% das unidades de atendimento estão paralisadas.

Os representantes da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social Seção Ceará confirmaram que os peritos também aderiram a greve, seguindo o comando de greve nacional.
O comando de greve informou que a adesão não é de 100%. Eles garantem que, pelo menos, 30% dos atendimentos vão ser mantidos, com prioridade para os casos mais graves.

Enquanto isso, se aguarda a determinação da Justiça, que pode aumentar o volume de atendimento. A Justiça ainda vai analisar a legalidade da greve. A pauta principal dos peritos é a abertura de concurso, mas eles também são contra a medida provisória que dá ao médico do sus a capacidade para fazer perícia médica do INSS.
Reivindicações da categoria

Segundo o Sinprece, as principais reivindicações são por concursos públicos, melhores condições de trabalho e incorporação da gratificação ao vencimento básico no salário.

Carmen Lúcia Marques diz que o Governo anunciou mais 800 vagas, mas o número não preenche a defasagem de 15 mil servidores. "Falta perito e assistente social, principalmente no interior do estado e a população tem que andar muito para conseguir atendimento", reforça Marques.

A presidente do Sinprece informou também que o salário atual dos servidores é composto por 70% de gratificação e 30% de vencimento básico e que essa situação preocupa a categoria. "Em momento de crise, ficamos inseguros com essa questão salarial, por isso pedimos a incorporação dos 70% no nosso vencimento-base", explica.


Do G1 CE

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