Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
seguem em paralisação e sem previsão para retomar as atividades. Em greve desde
o dia 7 de julho, os servidores completam 57 dias sem trabalhar. Enquanto isso,
em Fortaleza, a população que procura atendimento, volta para casa sem
solucionar seus problemas. A categoria pede concurso público, melhores
condições de trabalho e incorporação da gratificação ao vencimento básico no
salário.
Foi caso, por exemplo, do aposentado José Augusto da Silva,
de 53 anos, que todos os meses precisa vir ao INSS para pegar a autorização
para sacar a aposentadoria. “Vim receber o papelzinho pra eu poder ir no banco,
com o total do dinheiro. Mas aí eles não deram, não. Disseram que não está
funcionando o atendimento aqui. Todos os meses eu passo por aqui para pegar o papel
para receber, dessa vez vou ficar sem”, disse Silva que usa uma begala para
auxiliar a locomoção.
Já José Teógenes está preocupado com a situação dos
empréstimos consignados. “Eu vim colher
uma informação a respeito dos empréstimos consignados que eu tenho e
agente fica meio desorientado. Então, eu queria ver como estava a situação, mas
não consegui atendimento porque estão em greve. (…) Tem muita gente que vai se
prejudicar", disse ele que, assim como José augusto silva, tentou
atendimento na agência localizada no Centro de Fortaleza.
Greve dos peritos
Segundo a diretora da secretária administrativa e finanças do
Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho Previdência Social no
Estado do Ceará (Sinprece), Carmen Lúcia Marques, a paralisação da atividade
ganha força com a paralisação dos médicos peritos, que pode começar ainda nesta
sexta-feira (4).
"Sem os médicos peritos, o grande impacto será sobre a
concessão e a renovação de benefícios por incapacidade, como auxílio-doença e a
aposentadoria por invalidez". Carmem Lúcia reforça que 95% das unidades de
atendimento estão paralisadas.
Os representantes da Associação Nacional dos Médicos Peritos
da Previdência Social Seção Ceará confirmaram que os peritos também aderiram a
greve, seguindo o comando de greve nacional.
O comando de greve informou que a adesão não é de 100%. Eles
garantem que, pelo menos, 30% dos atendimentos vão ser mantidos, com prioridade
para os casos mais graves.
Enquanto isso, se aguarda a determinação da Justiça, que pode
aumentar o volume de atendimento. A Justiça ainda vai analisar a legalidade da
greve. A pauta principal dos peritos é a abertura de concurso, mas eles também
são contra a medida provisória que dá ao médico do sus a capacidade para fazer
perícia médica do INSS.
Reivindicações da categoria
Segundo o Sinprece, as principais reivindicações são por
concursos públicos, melhores condições de trabalho e incorporação da
gratificação ao vencimento básico no salário.
Carmen Lúcia Marques diz que o Governo anunciou mais 800
vagas, mas o número não preenche a defasagem de 15 mil servidores. "Falta
perito e assistente social, principalmente no interior do estado e a população
tem que andar muito para conseguir atendimento", reforça Marques.
A presidente do Sinprece informou também que o salário atual
dos servidores é composto por 70% de gratificação e 30% de vencimento básico e
que essa situação preocupa a categoria. "Em momento de crise, ficamos
inseguros com essa questão salarial, por isso pedimos a incorporação dos 70% no
nosso vencimento-base", explica.
Do G1 CE
Nenhum comentário:
Postar um comentário