A pesquisa considera a ausência e a insuficiência de recursos
ou estruturas como fluxo de renda, condições adequadas de moradia, acesso a
serviços de educação, entre outros, para definir índices de vulnerabilidade
social.
O Ceará é o terceiro estado brasileiro com o maior número de
jovens (entre 15 e 24 anos) que não estudam, não trabalham e possuem renda
familiar per capita menor ou igual a um salário mínimo (R$ 788). Ele aparece
ainda como o quinto do País com maior taxa de analfabetismo na população de 15
ou mais anos de idade.
A informação, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), integra a nova edição do Atlas da Vulnerabilidade Social nos Municípios
Brasileiros. A pesquisa considera a ausência e a insuficiência de recursos ou
estruturas, como fluxo de renda, condições adequadas de moradia, acesso a
serviços de educação, entre outros.
Apesar da desigualdade, e repetindo a média nacional, o
Estado conseguiu reduzir em 27% o seu Índice de Vulnerabilidade Social (IVS),
saindo de 0,530, nos anos 2000, para 0,385, em 2010. Com a posição, o Ceará
fica na frente de Tocantins (0,521), Pará (0,488), Acre (0,469), Rio Grande do
Norte (0,461), Amazonas (0,443), Paraíba (0,414), Pernambuco (0,404), Piauí
(0,403), Roraima (0,403) e Rondônia (0,393).
Para a professora Neyara Araújo, do Departamento de Ciências
Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), a redução pode ser explicada
pelo aumento do poder de consumo do brasileiro. No entanto, a pesquisadora
acredita que ainda não é por esse caminho que o País deve conseguir melhorias
mais expressivas. “Ao mesmo tempo em que se segura uma crise e se gera emprego,
cria-se uma mentalidade muito apressada no sentido da riqueza. Não quebra a
vulnerabilidade”, considera Neyara.
Vulnerabilidade
Entre os municípios com maior número de jovens que não
estudam e nem trabalham, estão Palmácia, Catarina, Umari, Ibicuitinga e Umirim.
Fortaleza, nesse contexto, passou por uma redução de 28% entre os anos 2000 e
2010, e se encontra, atualmente, como o município do Estado com menos jovens
com essa característica.
Apesar de ter reduzido em 22% suas taxas de analfabetismo,
Salitre continua, assim como nos anos 2000, no topo das cidades cearenses que
mais concentram pessoas que não sabem ler nem escrever. Fortaleza, pelo mesmo
aspecto, sofreu uma redução de 38% e se apresenta como a cidade com menor
índice de analfabetos.
Saiba mais
Cenário nacional
Em dez anos, o Brasil reduziu em 27% o Índice de
Vulnerabilidade Social (IVS). Com a redução, o número de municípios com alta ou
muito alta vulnerabilidade caiu de 3.610 para 1.981. No mesmo período, o número
de municípios com baixa ou muito baixa vulnerabilidade social subiu de 638 para
2.326. As maiores disparidades foram encontradas nas regiões Norte e Nordeste.
Indicadores
Com indicadores categorizados em Infraestrutura, Capital
Humano e Renda e Trabalho, a pesquisa trata saneamento básico, mortalidade
infantil, educação, trabalho e mulheres que têm filho na adolescência.
O POVO
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