quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CASOS DE DENGUE COM SINAIS DE ALARME TRIPLICAM NO CEARÁ

Em um ano, o Ceará registrou um aumento de 219% no número de casos confirmados de dengue com sinais de alarme. No ano passado, entre janeiro e setembro, foram registradas 200 ocorrências comprovadas em laboratório, e no mesmo período de 2015, já são 638 confirmações. Com esses números, o Estado ocupa a quarta posição no Brasil em relação a esse estágio da doença. São Paulo, com 12,6 mil casos, está em primeiro lugar, seguido por Goiás, com 1,8 mil, e Minas Gerais, com 880. Os dados estão no mais recente boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.

O avanço da doença no Ceará liga o sinal de alerta. O Estado lidera no Norte/Nordeste e passa até de estados do Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ainda segundo o boletim, o total de óbitos chega a 739 no País, sendo 57 no Ceará. Em comparação com o ano passado, quando foram confirmadas 46 mortes, também houve um aumento de 23,9%. O Estado só ganha de São Paulo, com 739 óbitos e Goiás, com 71.

Em relação à chamada incidência provável para municípios com mais de um milhão de habitantes, Fortaleza lidera o triste ranking, com incidência de 1.026,6. Belo Horizonte está em segundo, com 673,7; Maceió, em terceiro, com 301; e Rio de Janeiro com 238,8 casos a cada 100 mil habitantes.


Se no boletim passado, Alcântaras, na Região Norte do Estado, estava entre os locais com maior incidência para os municípios com menos de 100 mil habitantes, o documento mais recente coloca outros dois do Ceará na relação: Meruoca e Sobral.

De acordo com os dados, o Estado ocupa a segunda posição no Norte e Nordeste e a 6º no País em incidências prováveis, com 718 ocorrências por 100 mil habitantes. Goiás, (com 2.120,3 casos/100 mil hab.), São Paulo (1.561,1 casos/100 mil hab.) e Minas Gerais (841,3 casos/100 mil hab.) ocupam os primeiros lugares. Pernambuco, com 827,9, e Mato Grosso do Sul, com 744 pela mesma proporção estão acima do Ceará.

Ocorrências

O Ministério também chama atenção para os números relacionados aos casos de dengue grave confirmados. Nesse quesito, o Ceará também está na quarta posição, com 108 ocorrências. No ano passado, esse número chegou 56. Um salto de 92,8%. Acima do Estado, estão São Paulo, com 592 vitimados; Goiás, com 190 e Minas Gerais, com 114. O Paraná ocupa o quinto lugar, com 95 confirmações.

Três sorotipos virais da dengue estão em circulação no Estado: o DENV1, com 97,3% das ocorrências; o DENV3, com 1,3% e o DENV4, com 1,3%. No geral, aponta o Ministério, em 2015, foram registrados 1.463.776 casos prováveis de dengue no País ­ casos notificados, incluindo todas as classificações, exceto descartados ­, até a semana epidemiológica (SE) 38, entre 4 de janeiro a 29 de setembro. Nesse período, a Região Sudeste registrou o maior número de casos prováveis (937.599 casos; 64,1%) em relação ao total do País, seguida das regiões Nordeste (263.897 casos; 18,0%), Centro­Oeste (182.216 casos; 12,4%), Sul (51.918 casos; 3,5%) e Norte (28.146 casos; 1,9%). Foram descartados 496.781 casos suspeitos de dengue no período.

A responsável técnica pelo Programa de Controle da Dengue, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), Ricristhi Gonçalves, reconhece o aumento no número de casos com sinais de alarme e de óbitos, no entanto, considera que a vigilância epidemiológica melhorou bastante nos municípios.

Ela diz que a responsabilidade no combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, também é da população. "Não podemos pensar ações sem o apoio direto da sociedade, até porque a maioria dos focos está dentro de casa". Ricristhi também destacou o trabalho da Sesa com treinamento e acompanhamento dos indicadores e controle do vetor.


Mais informações: Secretaria da Saúde do Estado - Avenida Almirante Barroso, 600 , Praia de Iracema - Telefone: (85) 3101­5123

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