Em um ano, o Ceará registrou um
aumento de 219% no número de casos confirmados de dengue com sinais de alarme.
No ano passado, entre janeiro e setembro, foram registradas 200 ocorrências
comprovadas em laboratório, e no mesmo período de 2015, já são 638
confirmações. Com esses números, o Estado ocupa a quarta posição no Brasil em
relação a esse estágio da doença. São Paulo, com 12,6 mil casos, está em
primeiro lugar, seguido por Goiás, com 1,8 mil, e Minas Gerais, com 880. Os
dados estão no mais recente boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da
Saúde.
O avanço da doença no Ceará liga
o sinal de alerta. O Estado lidera no Norte/Nordeste e passa até de estados do
Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ainda segundo o boletim, o
total de óbitos chega a 739 no País, sendo 57 no Ceará. Em comparação com o ano
passado, quando foram confirmadas 46 mortes, também houve um aumento de 23,9%.
O Estado só ganha de São Paulo, com 739 óbitos e Goiás, com 71.
Em relação à chamada incidência
provável para municípios com mais de um milhão de habitantes, Fortaleza lidera
o triste ranking, com incidência de 1.026,6. Belo Horizonte está em segundo,
com 673,7; Maceió, em terceiro, com 301; e Rio de Janeiro com 238,8 casos a
cada 100 mil habitantes.
Se no boletim passado,
Alcântaras, na Região Norte do Estado, estava entre os locais com maior
incidência para os municípios com menos de 100 mil habitantes, o documento mais
recente coloca outros dois do Ceará na relação: Meruoca e Sobral.
De acordo com os dados, o Estado
ocupa a segunda posição no Norte e Nordeste e a 6º no País em incidências
prováveis, com 718 ocorrências por 100 mil habitantes. Goiás, (com 2.120,3
casos/100 mil hab.), São Paulo (1.561,1 casos/100 mil hab.) e Minas Gerais
(841,3 casos/100 mil hab.) ocupam os primeiros lugares. Pernambuco, com 827,9,
e Mato Grosso do Sul, com 744 pela mesma proporção estão acima do Ceará.
Ocorrências
O Ministério também chama atenção
para os números relacionados aos casos de dengue grave confirmados. Nesse
quesito, o Ceará também está na quarta posição, com 108 ocorrências. No ano
passado, esse número chegou 56. Um salto de 92,8%. Acima do Estado, estão São
Paulo, com 592 vitimados; Goiás, com 190 e Minas Gerais, com 114. O Paraná
ocupa o quinto lugar, com 95 confirmações.
Três sorotipos virais da dengue
estão em circulação no Estado: o DENV1, com 97,3% das ocorrências; o DENV3, com
1,3% e o DENV4, com 1,3%. No geral, aponta o Ministério, em 2015, foram
registrados 1.463.776 casos prováveis de dengue no País casos notificados,
incluindo todas as classificações, exceto descartados , até a semana
epidemiológica (SE) 38, entre 4 de janeiro a 29 de setembro. Nesse período, a
Região Sudeste registrou o maior número de casos prováveis (937.599 casos;
64,1%) em relação ao total do País, seguida das regiões Nordeste (263.897
casos; 18,0%), CentroOeste (182.216 casos; 12,4%), Sul (51.918 casos; 3,5%) e
Norte (28.146 casos; 1,9%). Foram descartados 496.781 casos suspeitos de dengue
no período.
A responsável técnica pelo
Programa de Controle da Dengue, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa),
Ricristhi Gonçalves, reconhece o aumento no número de casos com sinais de
alarme e de óbitos, no entanto, considera que a vigilância epidemiológica melhorou
bastante nos municípios.
Ela diz que a responsabilidade no
combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, também é da
população. "Não podemos pensar ações sem o apoio direto da sociedade, até
porque a maioria dos focos está dentro de casa". Ricristhi também destacou
o trabalho da Sesa com treinamento e acompanhamento dos indicadores e controle
do vetor.
Mais informações: Secretaria da
Saúde do Estado - Avenida Almirante Barroso, 600 , Praia de Iracema - Telefone:
(85) 31015123
Nenhum comentário:
Postar um comentário