Mais de cinco mil armas de fogo já foram apreendidas no Ceará
em 2015, segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS). Apenas de janeiro a setembro foram 4.984 apreensões, 366 a mais que em
igual período de 2014, quando foram retidas 4.618. Conforme a SSPDS, também foi
computado aumento na apreensão de entorpecentes e queda no número de Crimes
Violentos Contra o Patrimônio (CVPs), como roubos, por exemplo.
O coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, secretário-adjunto da
SSPDS, disse que considera os números resultado da integração entre as Polícias
e o Corpo de Bombeiros, que é uma das diretrizes do novo programa de Segurança
Pública implantado no Estado. Segundo ele, os trabalhos da Polícia têm sido em
áreas onde existe o maior número de ocorrências. Por conta disto é importante
que a população preste queixa quando for vítima de qualquer crime.
"As nossas ações são direcionadas especialmente para os
espaços em que o crime está concentrado. Fazemos este mapa baseados nas
estatísticas de ocorrências. É muito importante que seja feito o registro. As
armas estão sendo apreendidas principalmente nestas áreas previamente mapeadas.
Não dá nem para contabilizar a quantidade de ocorrências que evitamos quando
uma arma é apreendida", declarou.
Prado lembra que o número de apreensões também não pode ser
apenas comemorado, porque também remete à quantidade de armas em circulação no
Estado, principalmente os revólveres e pistolas.
"Não podemos negar, ainda tem muita arma aqui dentro.
Por isto, nosso trabalho tem sido tanto para apreender, quanto para impedir que
elas cruzem as divisas e cheguem nas mãos dos criminosos daqui. A PM e a
Polícia Civil estão intensificando muito as abordagens nas ruas. A tropa tem
trabalhado mais motivada e tem feito um trabalho muito bom", afirmou o
coronel.
Lauro Prado disse que a criação do Batalhão de Divisas foi
outro fator importante, que motivou a elevação nas apreensões de armas. "O
novo batalhão está, sim, inibindo a entrada de armas e drogas. Está conseguindo
cumprir sua missão. Muitas blitze têm sido feitas por eles nessas áreas das
divisas, que eram muito problemáticas. A própria população do Interior, onde o
Batalhão tem atuado, recebeu muito bem a ideia".
Na Capital, o Batalhão de Policiamento de Rondas Intensivas e
Ostensivas (BPRaio) ainda é um expoente na apreensão de armas. Os militares do
grupamento têm treinamento especializado para isto. "As motos se deslocam
melhor que as viaturas, entram em todos os lugares. O Raio conseguem pegar os
criminosos de surpresa sem dar tempo de escapar", explicou.
Além das armas, os entorpecentes também foram mais
apreendidos neste ano. De janeiro a setembro são mais de duas toneladas de
droga, exatamente 2.621 quilos. Ano passado, em nove meses, foram 1.819 quilos
de entorpecentes apreendidos. "A maioria dos homicídios que ocorrem no
Ceará estão ligados ao tráfico. Entendemos que combatendo um, estamos atacando
o outro. Nosso trabalho tem sido muito forte no sentido de atacar os pilares do
tráfico, desestabilizá-lo", afirmou Prado.
Roubos e Furtos
O número de roubos e furtos registrados no Ceará está em
queda, segundo a SSPDS. Os registros foram compilados em julho, agosto e
setembro e se mostram menores a cada mês. Porém, mesmo apresentando redução, os
registros de CVPs (roubo, exceto quando resultam em morte) são altos. Em
setembro foram 4.275 casos, ante 4.308 em agosto e 4.800 em julho.
Em relação aos furtos (subtração de bens sem violência ou
ameaças) também houve diminuição. Em setembro foram 3.557 ocorrências
registradas, contra 4.181 em julho, cerca de 15% de redução. Em agosto foram
3.645 casos, demonstrando queda sutil de 2,41%.
A sensação de insegurança e a impunidade ainda incentivam de
forma decisiva a subnotificação destes crimes no Ceará. A SSPDS admite que
muitas vítimas de assaltos e furtos deixam de registrar Boletins de Ocorrência
(B.O.S), porque acham que não terão respostas.
"Precisamos combater a subnotificação para melhorarmos o
serviço que prestamos. A diminuição do CVP melhora muito a sensação de
segurança e este é o nosso principal objetivo, fazer com que as pessoas se
sintam seguras. Nós dependemos do registro das vítimas para agir contra esse
tipo de crime, para termos parâmetros reais de comparação de áreas mais
afetadas e para termos a garantia que estamos utilizando o policiamento de
forma adequada", explicou.
No mês de setembro, a terça-feira foi apontada como o dia com
mais eventos criminais do tipo, com 17,8% dos roubos e 18,5% dos furtos. Já em
relação aos turnos diários, o período da noite entre 18h e 23h59 concentrou
33,9% dos assaltos. O turno da manhã, entre 6h e 11h59, reuniu 38,5% dos casos
de furtos registrados.
Segundo Lauro Prado, os roubos ocorrem onde existem pontos
recorrentes de aglomerações públicas, como as paradas de ônibus; em ruas mal
iluminadas; e em vias engarrafadas. O coronel ressaltou que as áreas em que
acontecem os roubos não coincidem com as que ocorrem os homicídios. "São
mapas criminais diferentes. As execuções se dão na área mais pobre da cidade,
enquanto os roubos se dão nos pontos onde os moradores têm maior poder
aquisitivo".
O secretário-adjunto disse que a SSPDS está colocando em
prática medidas preventivas contra os CVPs. Uma destas medidas são os sobrevoos
noturnos que as aeronaves da Ciopaer estão fazendo. "Com este
patrulhamento aéreo nós evitamos roubos e até execuções. Os criminosos se
sentem intimidados, porque sabem que a Polícia está ali".
O coronel pede que a população acredite no trabalho da
Polícia. "Registrem quando forem vítimas de criminosos e confiem na
Polícia. Nosso esforço é grande e nosso trabalho é sério. Estamos fazendo o
possível para melhorar a Segurança Pública do Estado", garantiu.
Fonte: Diário do Nordeste
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