O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE) relatou
durante pronunciamento em plenário nesta quinta-feira (08), o quadro dramático
de seca no Ceará e denunciou a má qualidade da água ofertada através dos carros
pipa.
Ele informou que este é o quarto ano seguido de estiagem no
estado e as previsões para 2016 é de pouca chuva. No momento, os reservatórios
registram apenas 19% da sua capacidade.
O peemedebista alertou sobre a dependência de mais de um
milhão de cearenses ao abastecimento através do carro pipa e a inexistência de
investimentos para o tratamento e qualificação da água. De acordo com ele, a
ausência dessa ação tem colocado em risco a saúde da população.
Aqueles atendidos por essa assistência, exemplificou Eunício,
têm apelidado essa água de “quiboa”, ou água sanitária.
O senador apresentou dados do ministério da Saúde, os quais
mostram que nos últimos dez anos, mais de três mil pessoas morreram de doenças
diarréicas no Ceará, a maioria idosos e crianças. “Os pesquisadores da
Universidade Federal do Ceará vêem uma relação direta entre esses casos e a má
qualidade da água distribuída pelos carros-pipa”, informou.
O líder ainda criticou a falta de iniciativas do governo
estadual e a insistência de aplicar modelos antigos em resposta a essa tragédia
se referindo ao tripé: instalação de adutoras, perfuração de poços profundos e
distribuição de água por carros-pipa.
Para ele, o governo estadual precisa ter consciência de que a
construção de adutoras de engate rápido está limitada neste momento, porque
muitos reservatórios já estão secos ou no volume morto.
“É preciso lembrar que, com exceção do Cariri, o Ceará é
pobre em água subterrânea. Este ano, já foram perfurados 438 poços profundos, e
132 estavam secos. Os que tiveram êxito apresentaram vazão menor do que a
demanda emergencial”, argumentou.
Conscientização
Frente a esse cenário de caos e tragédia, Eunício defendeu
uma mudança de paradigma em direção a uma gestão mais proativa das secas e fez
referência a governos que já utilizam medidas alternativas de curto prazo para
o enfrentamento da falta de água.
Ele citou como exemplo ações como descontos nas contas para
reduções de consumo, a sobretarifação dos aumentos de consumo, o rodízio, a
substituição de eletrodomésticos e dispositivos hidráulicos por outros com
menor consumo de água, e até, o racionamento.
A mudança de hábitos também faz parte das medidas que devem
ser incentivadas pelo governo do Estado, de acordo com Eunício. O incentivo
dessa mudança englobaria o consumo de água nas indústrias, comércio,
agropecuária e pelos consumidores domésticos.
“Isso significa encarar o problema, adotar estratégias de
atuação diferentes, maximizar a eficiência no uso da água, mudar a estrutura
para usar mais efetivamente a água disponível”, instigou.
Assessoria de Imprensa
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