De olho em aumentar as receitas, os bancos vêm elevando as
tarifas cobradas de seus correntistas em percentuais bem acima da inflação,
segundo levantamento da Proteste (associação de defesa do consumidor) com oito
dos maiores bancos do país.
Os dados mostram que o reajuste das cestas de serviços de
janeiro de 2013 a agosto deste ano chegou a até 169%, quase oito vezes mais que
a variação do IPCA no mesmo período, de 19,63%.
O Banco Central determina que as instituições financeiras
ofereçam um pacote mínimo de serviços gratuitos a todos os clientes. Não há
regulamentação, porém, sobre o quanto podem cobrar por outras opções de
pacotes, que podem ter reajustes anuais.
Segundo consultores, o aumento nas tarifas é uma maneira de
ampliar as receitas dos bancos. No primeiro semestre deste ano, a renda de
tarifas bancárias do Bradesco cresceu 14,3%, a do Itaú, 11,1%, e a do Banco do
Brasil, 9,1%.
Com o desempenho fraco do crédito, os bancos têm conseguido
manter —e até elevar— seus ganhos graças, em grande parte, às receitas
crescentes de serviços
"Não dá para atribuir o aumento apenas à inflação,
porque superou muito o índice oficial. As tarifas vão direto para o ganho dos
bancos, que podem cobrar o que acham viável para eles", diz Renata Pedro,
técnica da Proteste.
"A tecnologia e a curva de experiência só melhoram e
reduzem os custos. Por que a compensação de um cheque ficou mais cara? Só pelo
aumento do aluguel do prédio? Por que um TED fica mais caro? A tecnologia
barateia o processo, mas as tarifas só aumentam", afirma Mauro Calil,
consultor financeiro do banco Ourinvest.
Fonte: Miséria via Folha de S. paulo
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