O Ceará tem mais um prognóstico apontando a perspectiva de um
quinto ano seguido de seca. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos (Funceme), a pré-estação chuvosa, entre novembro deste ano e
janeiro de 2016, deverá ter chuvas abaixo da média.
Quem afirma é o presidente do órgão, Eduardo Martins. Na
manhã desta quinta-feira (22), antes de embarcar para Brasília, onde participa
de uma reunião, o gestor explicou que a previsão é consequência do aumento de
temperatura do oceano Pacífico. “A condição no Pacífico hoje é de que o
aquecimento persiste e isso não é favorável ao regime de precipitação aqui no
norte da região (Nordeste)”, afirmou.
Martins, entretanto, ressalta que ainda é cedo para fazer um
prognóstico mais preciso da situação, “a previsão apontada pelo nosso sistema
indica um cenário abaixo da média para essas chuvas de pré-estação”, alertou.
Mesmo considerando que este período não é tão significativo quanto o da quadra
chuvosa, ele considera esta uma perspectiva preocupante.
Ainda nesta quinta-feira (22), o Diário do Nordeste revelou
que o ano de 2015 registra o menor volume médio acumulado nos açudes
monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) nos últimos
21 anos. O índice atual seria de 14,8%, o pior registrado desde 1994, quando o
órgão começou a fazer o monitoramento.
Entretanto, o presidente da Funceme diz que esta média já é
menor. “(O armazenamento) estava em torno de 13,5% da última vez que olhei”,
revelou. “Quando se olha espacialmente, tem territórios com sistemas muito mais
críticos do que a média do Estado, porque os grandes reservatórios puxam um
pouco isso para cima”, explicou.
Por isso, Eduardo Martins reforça que a maior preocupação no
momento é resolver os problemas de abastecimento urbano “em cidades que
dependem desses reservatórios d´água em níveis críticos para o atendimento”,
disse. Outro ponto fundamental para minimizar a crise hídrica, segundo ele, é a
colaboração da população. “Se as medidas que vêm sendo implementadas tiverem
efeito, e se a população ajudar na conscientização do uso da água, a gente pode
prolongar ainda mais essa pouca água que ainda está disponível”, concluiu.
Fonte: Diário do Nordeste
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