Uma entrevista coletiva à imprensa concedida pelo Delegado
Regional de Polícia Civil, Tenório de Brito, e um manifesto na Avenida Padre
Cícero voltaram a colocar em evidência na tarde desta sexta-feira o caso
Talitha Pietra. Ela foi vítima de atropelamento na manhã de domingo (18) e
morreu nas imediações da passarela na rodovia estadual que liga os municípios
de Juazeiro do Norte e Crato. A garota tinha apenas 12 anos, morava na Rua Antônio
Juvêncio Pereira do bairro São José e estava indo para a Igreja.
O veículo atropelador foi um Fiat Pálio de cor prata e placas
OIL-9983, inscrição de Juazeiro, dirigido pelo Soldado Leonardo o qual deixou o
local sem prestar socorro à vítima, mas terminou encontrado e conduzido à
Delegacia a fim de prestar depoimento. No final da tarde e início da noite de
ontem, amigos, familiares, alunos, professores e funcionários das escolas do
bairro além de populares comovidos com a história promoveram uma manifestação
no local onde a tragédia aconteceu.
Eles fecharam a Avenida Padre Cícero nos dois sentidos com a
utilização de pneus e alguns veículos que ficaram atravessados na rodovia.
Durante o manifesto, distribuíram panfletos clamando por justiça e tendo foto
da vítima. Ainda estenderam faixas e cartazes na estrada a qual registrou um
engarrafamento quilométrico durante a interrupção que durou cerca de 40
minutos. Alguns motoristas se irritaram dizendo que lamentavam, mas tinham
compromissos e pressa em chegar aos seus destinos.
Momentos antes, os Delegados Tenório de Brito e Levi
Gonçalves Leal reuniram a imprensa numa entrevista coletiva. Para o Delegado
Regional, sua colega Cícera de Jesus, que estava de plantão no dia do acidente,
fez tudo de conformidade com a lei e dando a tipificação de homicídio culposo
agravado pela omissão de socorro. Todavia, como ressaltou, nada foi concluído e
a polícia ainda aguarda provas periciais não podendo antecipar sobre qualquer
resultado final.
O Delegado Tenório de Brito acrescentou sobre a pretensão de
juntar ao inquérito a decisão judicial que arbitrou fiança garantindo a
liberdade do policial militar. Mesmo assim opinou não ter enxergado a
necessidade da prisão temporária o que poderia se dar caso houvesse entraves na
garantia da ordem pública ou inconveniência na apuração dos fatos, sendo que a
polícia terá o prazo de 30 dias para fechar o inquérito.
Quem acompanhou a coletiva foi o advogado contratado pela
família da vítima, André Jorge Rocha de Almeida, o qual defendeu, num contato
posterior com a imprensa, a tipificação de um crime de homicídio doloso ao
invés de culposo. Como argumentou, existem provas antes, durante e após o
acidente que dão sustentação à sua tese. Responsável pela acusação, ele disse
que o Soldado Leonardo estava alterado, trafegava sozinho e em alta velocidade
pelo acostamento por onde desviaria o fotosensor, mas terminou atropelando a
criança. Para o advogado André Jorge a polícia está fazendo sua parte com
cautela a fim de evitar erros faltando ainda ouvir testemunhas e recolher
imagens do acidente.
MISÉRIA
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