Cerca de cinco mil pessoas
participaram, no último sábado (31), da I Festa da Mandioca do Município de
Salitre, no Cariri-Oeste cearense. O evento foi realizado no distrito de Serra
dos Nogueiras, distante 22 quilômetros da sede, e teve como tema: "Festa do
Povo que tem Raízes". Reuniu, além de produtores da região, comerciantes
de diversas partes do País.
A produção da mandioca em Salitre
hoje é quase totalmente industrializada. Apenas os produtores em pequena escala
ainda preparam tudo de forma artesanal. A I Festa da Mandioca foi realizada
pela Federação das Associações dos Produtores Rurais de Salitre, em parceria
com a Prefeitura, Câmara de Vereadores e Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais.
A programação teve início pela
manhã, com o hasteamento das bandeiras, e teve continuidade com a celebração da
Missa da Colheita. No momento do Ofertório, diversos produtos derivados e
alimentos produzidos com mandioca foram ofertados.
Foi o momento de agradecimento
pela colheita bem sucedida, apesar da estiagem, e momento também de representar
simbolicamente a importância da mandioca como alimento que dá origem a diversos
produtos e pratos da culinária nordestina, como a farinha, goma, tapioca, bolo
de puba, pão de queijo, pão de ló, biscoitos diversos, sequilhos, etc.
À tarde, aconteceu uma palestra
com o produtor Elias Antônio Albuquerque, que falou da dificuldade de
comercialização direta da mandioca, sem a figura do atravessador e a preço
justo, maior problema que os produtores de Salitre enfrentam.
Após a palestra, foi realizada a
parte cultural, com desfile da Rainha da Mandioca; competições para escolha da
maior batata de mandioca, maior tapioca, maior bolo de puba e do pé de mandioca
mais carregado; apresentação de poetas e repentistas, grupos de dança, caratê,
capoeira e muay thai. Teve também bingo e festa dançante.
O produtor João Alves Sobrinho
falou que a maior expectativa de todos com a realização da festa era chamar a
atenção de grandes compradores, inclusive a Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), e alcançar melhor preço de venda.
João Alves informou que, na
última venda, já foi possível conseguir um melhor preço, R$ 50 pela saca de 50
quilos. A expectativa é de subir desse patamar. A última produção foi negociada
diretamente com um comprador do Paraná, o que possibilitou um lucro melhor para
os produtores, já que não teve a participação de atravessadores.
Elias Antônio Albuquerque,
palestrante do evento, afirmou que a festa trouxe a oportunidade de divulgar os
seus produtos e de fortalecimento da cultura da mandioca no município de
Salitre. Já Pedro Nogueira, da Serra dos Nogueiras, disse que a realização da I
Festa da Mandioca é um incentivo importante para todos os produtores e uma
importante divulgação regional e estadual da boa produtividade da mandioca em
Salitre.
Parceria O prefeito Rondilson
Ribeiro falou que "a festa foi realizada a partir da reivindicação dos
próprios produtores, e executada com a colaboração de diversos parceiros. Essa
festa é como o despertar das autoridades estaduais e federais, dos órgãos
administrativos como DAS, Ematerce, Conab, Projeto São José, para que outras
melhorias cheguem aos produtores".
Segundo suas informações, existem
cerca de cem casas de farinha em Salitre, a maioria mecanizada. Cada uma gera,
em média, dez empregos diretos, o que representa o mínimo de mil trabalhadores
que sobrevivem diretamente do cultivo e processamento da mandioca.
Amaury Alencar.
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