quarta-feira, 18 de novembro de 2015

NINGUÉM SABIA DISSO? “HÁ MUITA FRAUDE NO BOLSA FAMÍLIA”, AFIRMA RELATOR-GERAL DO ORÇAMENTO

Relator-geral do Orçamento de 2016, Ricardo Barros (PP-PR) diz que o corte de R$ 10 bilhões que propõe ao Bolsa Família só afetará as distorções do programa de transferência de renda do governo. Barros diz que há muita fraude no Bolsa Família e que isso precisa ser corrigido. Em entrevista, ele diz achar muito difícil atingir o equilíbrio do Orçamento do próximo ano sem novas fontes de arrecadação, ou seja, impostos, mas afirma que aquilo que já tramita hoje no Congresso seria suficiente. Nem conta com a CPMF para 2016 e diz que as projeções de arrecadação do governo estão inchadas.

“O defeso é um problema, muita fraude. O Bolsa Família também é um problema, muita fraude. O que o governo precisa é gastar bem o dinheiro que arrecada porque como está sendo exigido um grande sacrifício da sociedade para viabilizar essa arrecadação e o equilíbrio fiscal é preciso que o governo também tenha mão de ferro na gestão dos recursos e é desses excessos que estamos falando nos cortes”, diz Barros, que fala em construir um “Orçamento crível” para recuperar a credibilidade do País.

“Precisamos de uma lipoaspiração no Bolsa Família, que não vai prejudicar quem realmente precisa”, diz ele em mais um capítulo da queda de braço que mantém com a presidente Dilma Rousseff via mídia.

Dilma tem defendido que não vai aceitar cortes no Bolsa Família. “Estou propondo baseado numa auditoria da Controladoria Geral da União que determina que só 61% fiscalizadas tinha renda compatível com o que a lei autoriza. Então, se há um excesso de cartões, pessoas que não estão enquadradas na lei, é natural que elas sejam excluídas do programa”, defende Barros.

Ao criticar a previsão de receitas do governo, Barros diz que “não há nenhuma área que não vá ser cortada”. “Todas precisarão de ajustes porque a falta de recursos é muito acentuada”, resume. “Proporei um orçamento com mais receitas do que despesas. A LDO aprovada agora determina R$ 34 bilhões de superávit. Portanto, o corte vai ter de ser muito profundo porque a queda de arrecadação é muito acentuada”, declara ele.

Sobre CPMF, Barros diz não estar contando com esses recursos devido aos problemas de tramitação da proposta no Congresso, alvo de muitas críticas e resistências de diferentes setores entre governistas e oposição. “Não computamos no orçamento esses valores porque é uma arrecadação que poderá não acontecer”, afirma. Ele garantiu durante entrevista que o Orçamento será votado até 22 de dezembro, antes do início do recesso parlamentar.


Fonte: IG

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