“Os planetas não estavam no local do inverno”. Foi com essa
frase que o agricultor Antônio Miguel de Queiroz, 86, justificou a falta d’água
nos últimos quatro anos no Ceará. Mas ele, que também se afirma profeta da
chuva, anunciou ontem que a quadra chuvosa deste ano há de ser boa.
A avaliação de Miguel se assemelhou à da maioria dos profetas
da chuva no 20º encontro do grupo, realizado no campus de Quixadá do Instituto
Federal do Ceará (IFCE). Helder Cortez, um dos organizadores e idealizadores da
tradicional reunião, resumiu que as 32 profecias deste ano são favoráveis às
precipitações regulares.
Embora os prenúncios não tenham embasamento científico
comprovado, se reconheceu, no encontro, serem “inestimável patrimônio
imaterial”, de acordo com o secretário estadual da Cultura, Guilherme Sampaio.
“São experiências que revelam a maneira com a qual o homem convive e pela qual
interpreta a natureza”.
Por conta disso, o secretário adiantou que pretende
patrimonializar os saberes dos profetas da chuva, o que, segundo ele, significa
registrar as profecias e possibilitar a salvaguarda desse conhecimento.
Os profetas
Anualmente, sempre no segundo sábado de janeiro, os profetas
da chuva se reúnem para debater os indícios que percebem na natureza que podem
ou não antecipar um bom inverno no Estado. O grupo é composto por homens e
mulheres cuja experiência no campo fundamenta o prognóstico.
O POVO
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