Em 2019, o Ceará vai responder por 14,7% de
toda a energia eólica produzida no Brasil. Os números são de um estudo da
Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), de janeiro deste ano. A pesquisa
mostra que, se contadas as usinas em construção e as que ainda não foram
iniciadas, a previsão é de que a capacidade de geração eólica do Estado que era
de 1.254,2 MW, em dezembro de 2015, alcance 2.579,2 MW nos próximos três anos.
Um crescimento de 105% no período. O estudo foi apresentado no workshop
Tributação e Energias Renováveis, que reuniu especialistas do setor na manhã de
ontem em Fortaleza.
O potencial de expansão é ainda maior. Pelo
acordo assinado na cúpula do clima de Paris, COP 21, o Brasil tem aumentar de
28% para 33% o uso de energia de fontes renováveis - eólica, solar, biomassa e
biocombustíveis.
Hoje a produção cearense representa 16,1% da
capacidade de geração eólica do Brasil. No quadro geral, a região Nordeste é
responsável por 76,3% dos 7.793,5 MW de energia eólica em operação no Brasil.
A participação da energia eólica na matriz
brasileira, no entanto, ainda é pequena. Apenas 5,5%, mas a tendência é de
crescimento. Para se ter uma ideia, há cinco anos, a participação era de apenas
1%. Pelo Plano Decenal de Expansão de Energia, deve chegar a 24% em 2024. A
participação da energia fotovoltaica, que hoje é praticamente zero, deve chegar
a 7%.
Isso representa uma grande janela de
oportunidade a ser explorada pelo Estado, afirma o presidente da Câmara
Setorial de Energias Renováveis (CSRenováveis), Jurandir Picanço. “Todas as
previsões indicam um forte crescimento da energia renováveis no horizonte de
2050”. Ele reforça que 85% da expansão planejada pelo Governo Federal está
baseada em energias renováveis, sendo 49% para eólica.
Desafios
Os desafios, no entanto, continuam. Dentre
estes, o de aumentar as linhas de transmissão. No Ceará, por exemplo, grandes
áreas não podem ser exploradas porque não tem capacidade de escoamento. Picanço
diz que, hoje, o Governo do Estado vem buscando soluções para superar gargalos,
a exemplo do Plano Estadual de Energia e a criação de coordenadorias
especializadas no monitoramento das obras. O objetivo é recuperar a liderança
no setor eólico, que era do Ceará até 2012.
NÚMEROS
28% é a participação de fontes renováveis de energia no Brasil. Meta é chegar a 33%
O POVO
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