Uma pesquisa sobre regeneração de pele com
queimaduras de segundo grau está sendo realizada no Ceará. O estudo já acontece
em outros lugares, mas não com animais aquáticos. É a primeira vez na história
que pesquisadores utilizam pele de peixe para recuperar pacientes.
O médico Edmar Maciel, integrante do
Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), ressaltou que o estudo é realizado pela
Universidade Federal do Ceará (UFC) e envolveu 36 pessoas. “A pesquisa é toda
pesquisa é realizada no Ceará e é inédita, porque o Brasil até hoje nunca teve
uma pele animal estudada. E no mundo nunca foi usado animal aquático”.
A ideia surgiu há quatro anos, quando o
médico viu uma reportagem mostrando que 99% da pele da tilápia era descartada.
A partir daí, surgiu a vontade de pesquisar sobre o animal. A espécie é criada
no Castanhão e, após abatida, tem a pele retirada e enviada para o laboratório,
onde fazem a esterilização.
“Os outros países utilizam pele de animais
terrestres, mas eles trazem riscos de doença da terra. Um exemplo é a ‘vaca
louca’ que pode ser transmitida”.
Após iniciarem o estudo há cerca de um ano,
atestaram as semelhanças da pele do peixe com a humana, como: grau de umidade,
quantidade de colágeno (o que é bom para a cicatrização) e grande resistência.
A pesquisa já foi testada em outros animais,
como o rato, e teve bons resultados. Agora, a equipe aguarda a liberação para
testes em humanos. “Terminamos a pesquisa em animais e laboratório. Depois que
faz isso, temos que entrar em um comitê para depois ser liberado em humanos.
Espero que seja no meio desse ano”, explica.
O médico ainda ressalta que os resultados
foram mostrados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que
elogiou e incentivou. A expectativa é que, após realizar testes em queimaduras,
o estudo também sirva para qualquer tipo de ferimento.
Fonte: Tribuna do Ceará
Nenhum comentário:
Postar um comentário