Os produtores rurais reclamam da falta de
milho nos armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Interior
do Ceará. O veranico que castigou o sertão cearense em fevereiro passado matou
a pastagem nativa e frustrou a safra de grãos. A reserva alimentar dos
produtores rurais está cada vez mais escassa. Há uma forte demanda por grão
para alimentar o rebanho.
Diariamente, produtores rurais chegam aos
armazéns da Conab nas cidades de Crateús, Icó, Iguatu, Juazeiro do Norte,
Maracanaú, Senador Pompeu, Sobral e Russas em busca do milho comercializado
pelo programa Venda Balcão. Há duas queixas: escassez do produto e o aumento do
preço da saca de 60 quilos que passou a ser vendida por R$ 52,00. Somente agora
que as unidades começam a receber a primeira remessa de 11 mil toneladas neste
ano.
Expectativas
É uma quantidade insuficiente para atender a
demanda. O consumo mensal é de 20 mil toneladas. E o pior: é provável que essa
primeira operação de transporte somente seja concluída em três meses.
É preciso haver deliberação do Conselho
Interministerial de Estoque Público, que inclui representantes dos Ministérios
da Agricultura e Pecuária, Desenvolvimento Agrário, Casa Civil, Orçamento Geral
e da Fazenda para portaria de aquisição de mais toneladas de milho.
"Dependemos de uma decisão administrativa", disse o superintendente
da Conab, no Ceará, Agenor Pereira. O descompasso entre a oferta e a demanda é
enorme. Esse total de 11 mil toneladas que começa a chegar ao Ceará terá de
atender os criadores por três meses ou mais. "Para esse período seriam
necessários no mínimo 60 mil toneladas", observa o presidente do Sindicato
Rural de Quixeramobim, Cirilo Pimenta.
A Federação da Agricultura do Estado do Ceará
(Faec) desde 2012, quando começou o atual ciclo de seca no Estado, critica o
atraso e a pouca quantidade de milho para atender a demanda que se expandiu
consideravelmente. "Antes de 2012 havia somente 2300 produtores
cadastrados no programa Venda Balcão, mas saltou para mais de 50 mil
criadores", observou Agenor Pereira. Até 2014, o preço do milho era
subsidiado pelo governo federal e vendida por R$ 18,12, a saca de 60kg, em
2012. Depois subiu para R$ 24,00, chegou a R$ 43,00, passou para R$ 48,00 e
agora está em R$ 52,00.
Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE
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