Cerca de 4,6 milhões de idosos com mais de 70 anos que
contribuíram para os fundos do Programa de Integração Social (PIS) e do
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) têm direito a
sacar cotas dos fundos. No total, R$ 7,5 bilhões estão disponíveis. O dinheiro
pode ser retirado por trabalhadores que contribuíram com os fundos antes da
Constituição de 1988.
Desse total, R$ 2,4 bilhões estão parados no Banco do Brasil,
que administra o Pasep, formado pelas contribuições de servidores públicos.
Responsável pelo PIS, formado pelas contribuições de trabalhadores da
iniciativa privada e de empresas estatais, a Caixa Econômica Federal não
divulgou o valor, mas relatório do Tesouro Nacional divulgado em setembro do
ano passado estima que R$ 5,1 bilhões estejam parados no banco.
Em relação ao número de beneficiários que podem sacar os
recursos, a Caixa divulgou que 3,79 milhões de pessoas com idade igual ou
superior a 70 anos têm direto a receber cotas do PIS. No Banco do Brasil, 860
mil participantes estão habilitados a sacar as cotas do Pasep.
O valor do benefício depende da contribuição de cada
trabalhador. De acordo com o relatório do Tesouro Nacional, o saldo médio das
contas corresponde a R$ 1.135. Alguns trabalhadores têm mais de uma conta no
PIS/Pasep.
De acordo com levantamento divulgado em fevereiro pela
Controladoria-Geral da União (CGU), existem cerca de 31 milhões de contas nos
fundos do PIS/Pasep. Atualmente, o volume depositado está em R$ 34,7 bilhões.
No entanto, só tem direito a sacar o benefício quem tem pelo menos 70 anos.
Até 4 de outubro de 1988, cada trabalhador tinha uma ou mais
contas no PIS/Pasep e recebia o valor conforme as cotas de contribuição. A
partir da Constituição de 1988, a arrecadação do PIS/Pasep deixou de ir para as
contas individuais. Dois quintos da receita dos tributos passaram a financiar o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e três quintos
passaram a ir para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que paga o abono
salarial, o seguro-desemprego e financia cursos de capacitação profissional.
Para ter direito ao benefício, o trabalhador que contribuiu
até 1988 deve procurar uma agência do Banco do Brasil, no caso da contribuição
ao Pasep, ou da Caixa Econômica Federal, no caso da contribuição ao PIS. No
caso de falecimento do trabalhador, a solicitação pode ser feita por um
herdeiro direto.
Em nota, o Ministério da Fazenda esclareceu que, desde
novembro de 2015, a Caixa promove campanha para divulgar o direito de saque do
PIS. Em relação ao Pasep, o Banco do Brasil iniciou o levantamento em fevereiro
e enviará as cartas aos beneficiários até quinta-feira, 14. Segundo a Fazenda,
a dificuldade de o Banco do Brasil identificar os cotistas do Pasep com mais de
70 anos retardou o início da campanha.
Agência Brasil
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