Quixeramobim Em meio a uma crise que tem enxugado despesas e
deixado vazios os cofres públicos, além dos problemas da Saúde que tanto têm
afetado a população, uma mega obra, que custou R$ 87 mi ao Estado, está parada
e sem previsão para funcionar.
Inaugurado em dezembro de 2014, neste Município da região
central do Estado, localizado a 211Km da Capital, o Hospital Regional do Sertão
Central (HRSC) prometia ser uma unidade com os mais sofisticados e avançados
serviços de Saúde. Mas, mesmo após um ano e quatro meses, as portas do prédio
encontram-se fechadas.
O jardim perdeu espaço para o mato, que cerca todo o local. O
sol castigante do sertão, já começa a causar efeito na coloração de algumas
partes prédio. Enquanto isso, centenas de moradores de Quixeramobim que passam
pelo Km 198 da CE-060, assistem o prédio fechado.
Intrigado, o aposentado Francisco Noberto da Silva, 76, busca
a resposta para a situação. "Esse Hospital foi feito pra quando precisar a
gente não ter que ir pra Fortaleza, meu filho!
Até hoje vive fechado e ninguém sabe o porquê!". A
professora Tuany Lopes de Oliveira Reis, 25, tem uma visão mais abrangente.
"Nenhum dos hospitais da região funciona direito. E um prédio desses
poderia ajudar muita gente das outras cidades". A grande estrutura do empreendimento
também é vista pela professora como uma razão preocupante.
Com estimativa de custeio em R$ 100 mi, o projeto do HRSC
nasceu da necessidade de atender com serviços mais complexos e pouco encontrados
nos hospitais municipais, aos 625.641 moradores de 20 cidades da região. O
hospital dispõe de 269 leitos, sendo 209 de internação geral, e ainda 60 de UTI
(20 para adultos e 10 pediátricos), além de 30 leitos de UTI na neonatologia e
nove salas de cirurgia. O funcionamento da Unidade Hospitalar ajudaria a
desafogar hospitais na Capital, como o Instituto Dr. José Frota (IJF), que
recebe, diariamente, dezenas de casos que poderiam ser recebidos pelo Hospital.
Na cerimônia de inauguração, o governador Cid Gomes, com o
irmão, Ciro Gomes, então secretário de Saúde, prometeu que o HRSC estaria funcionando
no primeiro trimestre de 2015. No fim de 2015, um protesto com 365 cruzes
pretas fincadas em frente à unidade chamou a atenção para o problema.
No último dia 30 de dezembro, o governador Camilo Santana se
reuniu com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, que garantiu, segundo o gestor
estadual, verbas para o custeio de 50% das despesas para o funcionamento da
unidade que, desta feita, deveria funcionar no primeiro trimestre deste ano.
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informou que estão
sendo instalados equipamentos em setores essenciais para o início do cronograma
de funcionamento. Entre os setores, os centros cirúrgicos e as UTIs, mas não
informou até que data este processo deve ser concluído.
DIÁRIO DO NORDESTE
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